Já estão abertas as inscrições para a décima edição do Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas. Podem participar todos os cafeicultores do Estado de Minas Gerais. Serão aceitos somente cafés da espécie Coffea arabica L., safra 2013, tipo 2 para melhor, de acordo com a tabela oficial brasileira de classificação de bebida apenas mole ou superior. Os grãos deverão ter passado por peneiras 16 ou acima, com vazamento de até 5% e umidade máxima de 11,5%.
O concurso é organizado pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). Também integram a comissão organizadora o Instituto Federal de Tecnologia do Sul de Minas e a Universidade Federal de Lavras (Ufla).
A inscrição é gratuita e poderá ser feita até 20 de setembro de 2013, nos escritórios locais da Emater-MG. Cada amostra deve conter dois quilos de café beneficiado e deve estar acondicionada somente nas embalagens padronizadas, distribuídas pela Emater-MG para o Concurso, com o rótulo devidamente preenchido. As amostras devem representar fielmente o lote, de dez sacas cada. Os cafeicultores poderão se inscrever em duas categorias: Café Cereja Natural e Café Cereja Descascado, Despolpado ou Desmucilado.
Nos meses de setembro, outubro e novembro, as amostras inscritas no concurso serão analisadas e julgadas por provadores especializados em cafés especiais. Além da classificação dos grãos, serão analisados os atributos sensoriais de corpo, acidez, doçura, fragrância, gosto remanescente, impressão global, sabor e balanço. A classificação física e sensorial será realizada na Ufla e no Centro de Excelência do Café, em Machado, ambos no Sul de Minas.
O gerente da regional da Emater-MG em Lavras e coordenador do concurso, Marcos Fabri Junior, afirma que um dos benefícios da iniciativa é dar maior visibilidade aos cafés de qualidade produzidos no Estado. “O concurso tem um caráter educativo e de divulgação das qualidades dos cafés especiais. Há um estímulo para que os produtores alcancem maior competitividade e obtenham melhor preço. Com os resultados, poderemos mapear e ressaltar as microrregiões de excelência. Assim os compradores terão um referencial, que é importante num mercado tãp competitivo”, explica o especialista.
Além dos compradores internacionais, outro alvo do concurso promovido pelo Governo de Minas é o mercado interno, composto principalmente por torrefadoras e cafeterias de alto padrão. “Será uma oportunidade para que esses compradores possam identificar os melhores cafés”, lembra Marcos Fabri. Ou seja, ter um café finalista no concurso é uma marca positiva, que pode resultar em bons negócios na hora de negociar os grãos. Como exemplo, o gerente da Emater-MG cita o café campeão do concurso de 2012. No leilão promovido durante a premiação, alcançou preço de 2,5 mil reais a saca, muito acima do valor de mercado, que estava em 340 reais por saca.
Mercado cafeeiro em baixa
Marcos Fabri comenta que 2013 é um ano de crise na cafeicultura internacional. A entrada da safra, ao mesmo tempo em que há redução do consumo por parte dos principais países compradores provocaram queda significativa da cotação do produto. “Os preços têm ficado inclusive abaixo dos custos de produção”, ressalta o gerente da Emater-MG. “A crise econômica nos mercados europeus, americano e até asiático _ nossos principais compradores _ afetou muito as cotações .”
Outro ponto negativo nesta safra é devido ao fator climático. “No início da safra tivemos chuvas na colheita, que causou derrubada de café no chão. Em algumas regiões houve queda de pelo menos 30% dos grãos. Isso prejudica muito a qualidade. E a chuva afetou também o café já colhido, que estava nos terreiros para secar. Com tudo isso, essa primeira parte da safra deve apresentar qualidade inferior”, afirma Marcos Fabri Jr, da Emater-MG.
De acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em junho, o valor médio do café chegou a ficar 7% abaixo do preço mínimo definido pelo Governo federal. O preço da saca de 60 quilos do café arábica foi comercializado, em média, a R$ 340,83, cotação 24% inferior à registrada na safra 2011/2012, gerando uma perda de R$ 105 por saca, segundo o boletim Custos e Preços, elaborado pela CNA.
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