A comercialização do café segue em ritmo lento no mercado interno brasileiro. Os cafeicultores estão segurando as vendas à espera de preços mais altos. Em várias regiões produtoras as cotações do café arábica estão aquém dos custos de produção e do preço mínimo estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de R$ 307,00 a saca de 60 quilos.
Na região de Três Pontas (MG), a saca do arábica de qualidade está sendo comercializada a R$ 295,00, segundo a Cocatrel (Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas). As negociações acontecem sem muita expressividade e os cafeicultores vendem à medida que precisam de recursos para cumprir os seus compromissos.
O cenário é o mesmo em Franca, em São Paulo, onde a saca de 60 quilos do arábica, tipo 6, é negociada a R$ 290,00, valor que tem registrado pouca oscilação. Segundo informações da Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas) os produtores também retêm as vendas, uma vez que esperam por cotações melhores.
Em Guaxupé (MG), a saca do café arábica tipo 6 é comercializada a R$ 295,00. O valor não é considerado satisfatório, uma vez que está próximo dos custos de produção, conforme informou a Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé). Para o presidente do Sindicato Rural do município, Mário Guilherme do Valle, o setor precisa de medidas eficientes de apoio à comercialização do grão.
A expectativa é que a safra de café do Brasil, nesta temporada, seja uma grande produção, apesar da bienalidade. De acordo com o último levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) o país deverá colher 48,59 milhões de sacas de 60 quilos.