Café: Em dia de ligeira correção, café fecha com alta na ICE Futures

30/05/2013  Café da terra

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com altas, o que possibilitou que se observasse uma ligeira amenização no quadro de fortes perdas observado desde o último dia 15 de maio e que fez com que os preços tocassem nos menores patamares desde 02 de outubro.

O dia foi caracterizado pela pequena volatilidade e por algumas compras especulativas na segunda metade da sessão, o que possibilitou a verificação de correções pontuais, porém longe de serem efetivas para mudar o panorama atual do mercado. A posição julho continuou a flutuar abaixo do nível psicológico de 130,00 centavos por libra.

Operadores sustentaram que o mercado continua a ter um viés baixista, apesar de se mostrar sobrevendido, e a expectativa é que até algumas novas mínimas possam ser testadas. No que se refere aos aspectos fundamentais, o café não traz novidades. A pressão continua a ser observadas devido, principalmente, ao quadro de disponibilidade do grão, diante de uma safra expressiva do Brasil.

As zonas cafeeiras do país registram uma atípica onda de chuvas, sendo que algumas regiões contabilizam mais de uma centena de milímetros de precipitações, algo pouco comum para um final de outono no país. Essas chuvas, contudo, até o momento, não representam maior risco aos cafés que devem começar a serem colhidos em breve.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição julho teve alta de 115 pontos, com 127,60 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 128,00 centavos e a mínima de 126,00 centavos, com o setembro tendo valorização de 100 pontos, com 129,50 centavos por libra, com a máxima em 129,85 centavos e a mínima em 127,85 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, julho teve queda de 32 dólares, com em 1.890 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 30 dólares, no nível de 1.921 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o quadro fundamental para o café não traz novidades. Os preços retraídos refletem a sensação apregoada pelos traders de que haverá uma disponibilidade considerável de café, principalmente com a safra alta do Brasil, mesmo em um ano em que a produção seria de ciclo baixo.

Em um evento internacional promovido por exportadores brasileiros, a respeitada consultora Judith Ganes-Chase contrariou essa onda generalista de disponibilidade ampla. Ela sustentou que o mercado atual não conta com excedentes e que os números levantados pelo governo norte-americano, através de seu Departamento de Agricultura, são risíveis, já que fariam com que os estoques globais atingissem os maiores níveis da história. A especialista consubstanciou sua assertiva ao afirmar que, se tais projeções fossem verdadeiras, esse café em excesso teria de estar a olhos vistos.

“Além das correções básicas, os ganhos do dia estiveram atrelados ao cenário externo. Tivemos uma quarta de quedas consideráveis do dólar, o que ajudou alguns segmentos de risco, como várias commodities, a experimentarem ganhos. Estes dois últimos dias da semana devem ser diferenciados, já que os players do Brasil deverão ficar de lado, devido ao feriado nesta quinta-feira no país”, disse um trader.

A Organização Internacional do Café apresentou um levantamento no qual avalia que o consumo da bebida cresça mais de 2% ao ano na próxima década. O consumo do café teve um incremento de 111 milhões de sacas, em 2002, para 142 milhões de sacas, em 2012, segundo a entidade. A tendência é de que o índice permaneça em crescimento, principalmente com maior participação de mercados emergentes.

As exportações brasileiras no mês de maio, até o dia 28, totalizaram 1.643.463 sacas de café, queda de 11,80% em relação às 1.863.149 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 1.975 sacas, indo para 2.757.954 sacas.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 34.608 lotes, com as opções tendo 9.924 calls e 5.892 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem resistência em 128,00, 128,20, 128,50, 129,00, 129,50, 129,90-130,00, 130,50, 130,75, 131,00, 131,50, 131,80, 132,00, 132,50, 133,00, 133,50, 133,70, 134,00, 134,50 e 134,90-135,00 com o suporte em 126,00, 125,80, 125,50, 125,10-125,00, 124,70, 124,50, 124,00, 135,50, 123,00, 122,50, 122,00, 121,50 e 121,00 centavos.

Fonte : Agnocafe