Lavouras invadem área de estradas na região de Ribeirão Preto

Por: Folha de São Paulo

20/05/2013
 
Lavouras invadem área de estradas na região de Ribeirão Preto
 
 
08h12


DANIELA SANTOS
EDSON SILVA
DE RIBEIRÃO PRETO


Plantações irregulares de cana-de-açúcar, café, milho, sorgo e até eucalipto estão invadindo rodovias e vicinais na região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).


A situação põe motoristas em risco por encobrir sinalizações nas pistas –e impedir a visão– ou por deixar as vias sem acostamentos para o caso de paradas emergenciais, segundo especialista.


A Folha percorreu cerca de 500 quilômetros de estradas e encontrou problemas em duas rodovias de responsabilidade do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e em quatro vicinais –Batatais, Altinópolis e Serrana–, cuja gestão é das prefeituras.


Trechos da rodovia Altino Arantes estavam com lavoura de café a menos de dois metros de um dos lados da via. Já na Abrão Assed, as placas de sinalização estavam cobertas por mato alto e folhagens de plantações.


Após ser questionado pela reportagem, o DER enviou técnicos para fazer medições, que detectaram a invasão. O órgão alega que os cafezais serão eliminados nesta semana.


Segundo o DER, a Altino Arantes tem faixa de domínio de 25 metros para cada lado, a partir do centro, mas a Folha verificou que um dos lados da via tem só 3,5 metros. Cercas no chão comprovam que a área foi invadida.


Já a vicinal que liga Altinópolis à estrada de Batatais-Patrocínio Paulista é a que concentra maior variedade de culturas nas margens. Plantações de café estão a 60 centímetros da via e eucaliptos, a menos de dois metros. Uma plantação de sorgo está a 45 centímetros da via.


Administrador de uma fazenda de café e eucalipto disse que a intenção de plantar eucaliptos é cercar a área contra roubos e que foi autorizado pela prefeitura neste ano.


O diretor de transportes de Altinópolis, Dirceu Soares, disse saber do problema há um ano, mas que não autorizou a plantação rente à pista.


Em Batatais, os problemas estão nas vicinais Geraldo Marinheiro e Antônio Dal Píccolo, com plantações de cana e milho a 3,4 m e a 1,45 m da via, respectivamente. A prefeitura diz que fará vistoria.


Para o mestre em transportes pela USP de São Carlos Creso Peixoto, as plantações atingem altura superior a 75 centímetros, o que caracteriza obstrução de campo visual, e que a plantação de eucalipto pode gerar acidentes.


Já na vicinal Mário Titoto, em Serrana, o problema é com canaviais, que estão a 3,1 metros da via. Segundo manual básico de estradas e vicinais do DER, é recomendável que as vicinais tenham ao menos 14 metros (além de faixas de rolamento, os acostamentos e os dispositivos de drenagem superficial) para garantir as condições de segurança. 

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