17/05/2013
Na última terça-feira, dia 14, o MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou a segunda estimativa da safra brasileira de café 2013/2014. O levantamento foi realizado pela CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento e seis instituições parceiras, contando também com o apoio de escritórios e técnicos do
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (o levantamento completo, apresentado em um relatório de 18 páginas, está disponível no site da CONAB e pode também ser acessado através de nosso site, na pasta “Safras”).
Segundo a estimativa da CONAB, o Brasil irá colher 48,59 milhões de sacas de 60 quilogramas de café beneficiado, sendo 36,4 milhões de sacas de arábica e 12,2 milhões de sacas de conilon. É um resultado excelente, será a maior safra de ciclo baixo já produzida no Brasil, mas insuficiente para atender as necessidades brasileiras de café para exportação e consumo interno. O mercado interpretou com forte viés baixista a segunda estimativa da Conab para a safra 2013 de café no Brasil, e após a divulgação dos números da CONAB os contratos de café na ICE Futures US, a bolsa de Nova Iorque, fecharam em baixa todos os dias (terça a sexta-feira). “As bolsas caíram ante a expectativa de uma ampla oferta de cafés do Brasil”, foi a análise que mais se ouviu esta semana.
Os operadores no mercado internacional acompanham com atenção tudo que acontece com a produção de café no Brasil, maior produtor, maior exportador e segundo maior consumidor de café do mundo. Sabem, ainda mais agora com os sérios problemas enfrentados pelos cafeicultores da América Central (a roya, ferrugem do café, se espalhou com força pelos cafezais desde o México até o Panamá), que as exportações brasileiras de café no novo ano-safra brasileiro, que se inicia em julho próximo, serão no mínimo de 30 milhões de sacas (2,5 milhões por mês) e que o consumo interno brasileiro já passou de 20 milhões de sacas por ano. Portanto serão necessárias ao menos 50 milhões de sacas e a produção estimada é de 48,59 milhões.
Nesse quadro não há a expectativa de uma “ampla oferta de cafés do Brasil”. Os operadores não são ingênuos e sabem fazer contas. O que acontece é que o mercado trabalha com números de produção no Brasil superiores aos da estimativa oficial brasileira. Consideram que ano após ano a produção brasileira de café tem ficado acima do divulgado pelo governo brasileiro. Está mais do que na hora do MAPA se pronunciar sobre esta divergência, que traz sérios prejuízos aos cafeicultores nacionais. Nossos produtores usam os números levantados pela CONAB para planejar suas vendas e seus investimentos na cafeicultura. Acabam sendo surpreendidos pelo comportamento do mercado, que trabalha com números de produção diferente dos oficiais.
É preciso dar transparência e credibilidade aos números de produção divulgados pelo MAPA.
No mercado físico brasileiro, com as bolsas trabalhando em baixa, os compradores diminuíram o valor de suas ofertas, os vendedores retiraram lotes do mercado e o volume de negócios fechados caiu bastante.
A “Green Coffee Association” divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 4.867.677 em 30 de abril de 2013. Uma alta de 90.759 sacas em relação às 4.776.918 sacas existentes em 31 de março de 2013.
Até o dia 16, os embarques de maio estavam em 699.946 sacas de café arábica e 4.312 sacas de café conillon, somando 704.258 sacas de café verde, mais 40.880 sacas de café solúvel, contra 655.509 sacas no mesmo dia de abril. Até o dia 16, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 1.358.311 sacas, contra 1.380.714 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 10, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 17, caiu nos contratos para entrega em julho próximo, 755 pontos ou US$ 9,98 (R$ 20,33) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 10 a R$ 387,51 /saca e hoje, dia 17 a R$ 369,06 saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em julho, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 295 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2012/2013, condição porta de armazém:
R$330/335,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$325/330,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$310/320,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$300/305,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$290/295,00 – RIADOS.
R$280/285,00 – RIO.
R$270/280,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$260/270,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.
DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 2,0380 PARA COMPRA.
Fonte: Escritório Carvalhaes