08/05/2013
Agência Brasil
O novo preço mínimo de R$ 307 para a saca do café arábica, anunciado nesta terça-feira (7) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), não remunera os cafeicultores de algumas regiões. A afirmação é do deputado Silas Brasileiro (PMDB-MG), presidente do Conselho Nacional do Café (CNC). Os produtores reivindicavam reajuste dos atuais R$ 261,69 para R$ 340, a fim de frear uma crise de preços do grão.
O pedido dos cafeicultores baseava-se em cálculo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que avaliou o preço médio da saca de 60 quilos em R$ 336,13. O CNC é uma entidade privada que congrega produtores, cooperativas, associações de cafeicultores e federações de agricultura de estados produtores.
“Lógico que queríamos [o preço mínimo de R$ 340]. Esse preço [R$ 307] remunera em algumas regiões. Em outras não”, disse Silas Brasileiro. O presidente do CNC não acredita que um reajuste maior sobre o valor poderia impactar o bolso do consumidor. “Para o consumidor, não teria reflexo. O que nós entendemos é que outras culturas poderiam fazer pressão por um reajuste mais elevado e que o governo tentou evitar isso”, opina.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) reuniu-se duas vezes na semana passada sem anunciar decisão sobre o reajuste do preço, que não era elevado desde 2009. De acordo com o Mapa, o novo valor foi comunicado pelo colegiado nesta terça-feira. O custo foi reajustado apenas para o grão do tipo arábica. A saca de café robusta, cujo preço mínimo é R$ 156,57, não teve o valor elevado para R$ 180, como reivindicavam os produtores.
O setor cafeeiro atualmente enfrenta uma crise, com queda de 28,97% do preço médio no mercado internacional no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os três primeiros meses de 2012. Após a elevação do preço mínimo, são aguardadas políticas de subvenção e crédito para o café tendo como lastro o valor maior.
O CMN já aprovou refinanciamento das dívidas com estocagem, com possibilidade de pagar a partir de junho e parcelar o débito em 12 vezes. Agora, de acordo com Silas Brasileiro, é aguardado o anúncio de recursos para estocagem, colheita e custeio. O setor espera também opções de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), caso seja necessário.
O Pepro é um instrumento de garantia do preço mínimo ao produtor sem aquisição da colheita, mediante o pagamento de diferença entre os preços mínimo, ou de referência, e o de mercado. O mecanismo é acionado quando o preço de mercado estiver abaixo do preço mínimo. A subvenção pode ser concedida tanto aos produtores quanto às cooperativas.