Pesquisa com o café orgânico no Mato Grosso do Sul aponta resultados promissores

Por: Correio do Estado

06/05/2013 
 

ESTUDOS REALIZADOS EM IVINHEMA TAMBÉM ENVOLVERAM CONSÓRCIOS
 
O café é uma importante bebida para a sociedade de hoje. O hábito de tomar café faz parte do cotidiano de inúmeros brasileiros e de milhares de pessoas em toda a Terra. Estima-se que em todo o mundo se sirvam 400 bilhões de xícaras de café por ano. Desta forma, o café é um dos produtos agrícolas mais vendidos. Esse grão chegou ao Brasil em 1727 e, atualmente, o País se destaca na produção mundial de café. Segundo dados do IBGE, a estimativa para a safra nacional a ser colhida, em 2013, totaliza 2.870.969 toneladas, 47,8 milhões de sacas de 60kg de café em grãos beneficiados, consideradas as duas espécies em conjunto (arábica e canephora).


IVINHEMA CULTIVA

O município de Ivinhema, em Mato Grosso do Sul, é considerado a capital do café no Estado e a produção desse grão representa uma importante atividade econômica, especialmente para a agricultura familiar. Nesse cenário, a Embrapa Agropecuária Oeste – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, localizada em Dourados, vem desenvolvendo um projeto de pesquisa com a produção de café orgânico. Experimentos com cafeeiros em sistemas agroecológicos, sem uso de agrotóxicos, estão sendo conduzidos há três anos, na Escola Municipal Rural Benedita Figueiró de Oliveira na Vila Cristina em Ivinhema. Essa pesquisa conta com apoio do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Prefeitura Municipal, Agraer, Sebrae e de Associações de Cafeicultores.


A área do cafezal foi cercada por barreira vegetal formada com sansão do campo. “Essa proteção física propiciada pelo “quebra vento”, cria um microclima mais favorável à cultura, protegendo as plantas dos ventos e do frio (durante o inverno), inimizando a evaporação da água do solo, evitando ou amenizando os danos mecânicos às plantas, a disseminação de pragas e doenças e a contaminação por deriva de agrotóxicos”, explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Ivo de Sá Motta.


PRODUTIVIDADE

Ao observar a área experimental, é possível verificar a produtividade do sistema, com os cafezais e bananais produzindo fartamente. O pesquisador conta que, na área experimental com dois hectares, foram plantadas dez variedades de café, envolvendo quatro tipos de ensaios diferentes: produção consorciada de café com bananas, café com leucena, café com feijão guandu e café solteiro. Segundo o pesquisador, considerando as variedades pesquisadas, uma que se destacou foi a Acauã. É uma variedade mais resistente à seca e ao bicho mineiro, mais produtiva, também produz café com maior qualidade de bebida dentre as testadas. O cultivo com bananas apresentou um resultado surpreendente e também se destacou nesse estudo”, explica Ivo.


Para o coordenador técnico do curso técnico de agropecuária da Escola Rural locali zada em Ivinhema, Marcelo Adriano Rodrigues dos Santos, essa ação é uma oportunidade importante que agrega valor ao ensino da escola. Trata-se de Unidade Experimental Didática, que possibilitaa realização de oficinas, capacitações, palestras, entre outras atividades educativas. “Também temos a oportunidade de prestar serviço para a comunidade local, por meio da realização de dias de campo que possibilitem a difusão e troca de experiências com produtores, apresentando estratégias de produção sustentável adequadas as características locais, extrapolando assim os muros da escola”, enfatiza Marcelo.


SATISFEITO

O funcionário da Prefeitura de Ivinhema, Fábio Navarro Egeia, que executa o trabalho de manutenção da área experimental conta que está muito satisfeito com o resultado. “Aqui produzimos muitos alimentos que ajudam na merenda da escola. O bananal apresentou uma produtividade equivalente a trinta toneladas de banana por hectare, além da produção do café. É uma alegria enorme ver essa área produzindo tanto assim”, disse Fábio.
 

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