01/05/2013
(30/04)
A cada hora, cerca de 100 agricultores assistem de perto às simulações. Compradores querem ver de perto como funcionam equipamentos.
De Manaus (AM), Marcelo Silva e Silva viajou com outros nove produtores rurais até Ribeirão Preto (SP) para comprar equipamentos na Agrishow – Feira de Tecnologia Agrícola. Produtor de gado de corte, ele espera encontrar na feira tecnologias que o ajudem a implantar um sistema de confinamento de animais. Mas não se satisfez com as explicações dos vendedores, ele queria ver como as máquinas funcionam. “Só posso gastar se realmente valer a pena.”
Quem ratifica a frase de Silva é a engenheira agrônoma Sandra Reis. “As demonstrações são o grande diferencial porque é nesse momento que acontece a tomada de decisão para a compra.”
Silva não é o único com a intenção de conhecer melhor o trabalho dos equipamentos onde serão investidos milhares, ou, às vezes, milhões de reais. Por isso, as demonstrações em campo se tornaram a atração mais disputada da Agrishow.
Segundo a organização da feira, tratores, colheitadeiras, irrigadores e muitos outros equipamentos serão colocados em funcionamento pelo menos 600 vezes até a próxima sexta-feira (3). Em trenzinhos rebocados por tratores, a cada hora cerca de 100 produtores como Silva são levados até plantações experimentais para assistirem os testes das máquinas de perto.
Foi o que fez produtor Júlio César Vaz Ribeiro, de 43 anos, que participou da demonstração com a família e explicou cada detalhe para o filho, de 15 anos. Ribeiro é produtor de leite em Cunha (SP) e conta que, assim como faz com o filho, também aprendeu os “segredos do campo” com o pai. A família visitou a feira pela primeira vez e quis participar da demonstração por curiosidade. “É muita tecnologia”, brinca.
“Só posso gastar se realmente valer a pena”, diz o pecuarista Marcelo Silva e Silva (Foto: Érico Andrade/G1)“Só posso gastar se realmente valer a pena”, diz
Marcelo Silva e Silva (Foto: Érico Andrade/G1)
Lavoura
Colocar as máquinas em funcionamento no campo é a última etapa de um processo que começou há seis meses ou mais, quando culturas de arroz, feijão, café, cana-de-açúcar, laranja, milho, soja e capim foram plantadas em 100 hectares dentro do Parque Tecnológico, onde acontece a feira.
De acordo com Sandra, as plantações foram adubadas e cuidadas para que estivessem em perfeitas condições de colheita durante o período do evento.
Em 2013, a feira também apresenta um espaço em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), onde os agricultores podem avaliar o desempenho de sementes, defensivos e adubos em pequenas plantações, em espaços de aproximadamente 10 metros quadrados.
Sandra afirma que a novidade permite uma aproximação maior entre o produtor rural e o técnico, principalmente para esclarecer dúvidas pontuais. “O visitante precisará aplicar a tecnologia a sua realidade e dessa forma fica mais fácil simular situações específicas e conversar diretamente com que entende do assunto.”