Aumento do preço da saca de café será decidido amanhã

Por: O Tempo

24/04/2013
 
Aumento do preço da saca de café será decidido amanhã
Produtor quer que suba dos atuais R$ 261 para R$ 340; CMN é quem decide
 
Amanhã é o dia D para a cafeicultura brasileira. O Conselho Monetário Nacional (CMN) vai votar o aumento do preço mínimo da saca de café, para remunerar melhor os produtores. A expectativa é subir dos atuais R$ 261 para R$ 340, que é o atual custo médio para produzir cada saca.


“O produtor está pagando para vender, pois gasta R$ 340 para produzir, mas vende no mercado entre R$ 300 e R$ 310”, explica o presidente das comissões de café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Breno Mesquista.


Segundo ele, o setor está esperançoso de que o governo reconheça a defasagem e corrija os preços, para garantir melhor remuneração ao produtor. “Temos conversado muito com o Ministério da Agricultura e sentimos que o governo está sensibilizado a criar uma política de renda para o cafeicultor. Para se ter uma ideia da crise, no Sul de Minas Gerais, por exemplo, o custo médio por saca tem sido de R$ 390 e o produtor está vendendo por R$ 300”, ressalta Mesquita. Com uma perda de R$ 90 por saca, o prejuízo chega a 25%.


De acordo com Mesquita, caso essa necessidade urgente não seja atendida pelo governo, o setor está disposto a organizar manifestações em Brasília.


“Os produtores rurais precisam se unir mais, assim como as classes representativas. A união não deve acontecer somente em tempos de crise, mas em todas as situações. É preciso juntar o poder de mais de 350 mil produtores para uma pressão política”, destacou o presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), Carlos Paulino, que reforçou aos líderes que a Cooxupé está disposta a se mobilizar para a conquista dos objetivos do setor.


Além da revisão do preço da saca, o setor reivindica a alteração da lei nº 12.788, com modificação da data limite de inscrição das operações de crédito na dívida ativa da União, para que um número maior de produtores possa regularizar a situação e sair da inadimplência.


Outro ponto que tem sido intensamente discutido é a falta de competitividade da cafeicultura de montanha, que responde por mais de 70% da produção mineira e é fortemente impactada pelos custos da mão de obra.


Por toda Minas. Os baixos preços do café têm impacto direto na economia mineira. O grão é cultivado em 607 dos 853 municípios do Estado, sendo a principal atividade econômica em 340. Se Minas fosse um país, seria o maior produtor mundial de café. Para se ter uma ideia, no ano-safra 2012/2013, uma em cada cinco xícaras de café consumidas no mundo saiu de Minas Gerais. Maior colheita nos 300 anos de cultivo do grão no Brasil, a safra 2012 totalizou 50,48 milhões de sacas em todo o país, um crescimento de 16,1% em comparação com a anterior.


Desse total, 26,63 milhões (52%) tiveram origem em Minas Gerais, em área plantada de 1,1 milhão de hectares, distribuídos por mais de 600 municípios. Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), a produção mundial no período foi de 127,41 milhões de sacas, o que confirma a participação mineira de 20,9%. Para 2013, safra de ciclo baixo, a produção esperada é cerca de 47 milhões de sacas, sendo 25,7 milhões em Minas Gerais.

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