Valor
Marcos de Moura e Souza
O presidente da Organização Internacional do Café, o brasileiro Robério Silva (foto: Wenderson Araújo), disse nesta segunda-feira em visita a Belo Horizonte que o Brasil é discriminado no mercado internacional de café.
“Hoje há uma escalada tarifária nos países desenvolvidos que impedem exportações de matéria já acabada [café torrado e moído e solúvel e não em grãos]”, disse ele.
“Do ponto de vista do Brasil, e eu nem deveria falar isso porque sou funcionário internacional, o Brasil é discriminado com relação à tarifa que se aplica ao café solúvel na Europa. Então isso é uma demonstração clara de que os países desenvolvidos estão tratando de resolver os seus problemas e cabe a nós tentar, do ponto de vista das negociações internacionais, fazer avançar os seus interesses.”
Silva fez essas declarações durante encontro com a imprensa em evento de lançamento da semana internacional do café, da OIC, que será realizada em setembro na capital mineira.
Para ele, o caminho para os países produtores enfrentarem as altas tarifas, principalmente na União Europeia, são as negociações diplomáticas.
Outro desafio para o setor é a queda recente dos preços do café arábica, variedade de melhor qualidade. “O arábica está mesmo muito barato”, disse ele. Mas, complementou: “A expectativa é que o mercado vai se ajustar”, sem dizer quando espera que isso ocorra.
Os preços baixos do arábica já ameaçam comprometer a sustentabilidade da agricultura cafeeira, disse. O esforço da OIC é “relançar um pacto cafeeiro”, que passa pela sustentabilidade econômica, social e ambiental. “A mais importante para o produtor é o preço”, afirmou Silva