14/03/2013
Agricultores testemunham mudança no mercado do café. Conilon sempre valeu menos que o arábica, mas está se valorizando.
Nas terras baixas de Cachoeiro de Itapemirim, quase toda a produção é de café conilon. O preço da saca está saindo em média por R$ 260, praticamente o mesmo valor do ano passado.
Além de ser o maior produtor de café conilon do país, o Espírito Santo também tem uma boa produção de café arábica. Diferente do conilon, o arábica tem sofrido no último ano forte desvalorização.
A plantação de Evaldo Bissoli é um primor em produtividade: são 80 sacas por hectare.
Jésus Gomes tem seis hectares plantados. Na última safra, chegou a vender a saca por R$ 400. Hoje o valor de mercado é bem menor, R$ 300. Ele é um produtor cuidadoso, consegue 50 sacas por hectare e com esta produtividade espera ter lucro, mesmo com a redução nos preços.
Tanto Jésus, quanto Evaldo capricham na lavoura para conseguir um bom preço na hora da venda e já se acostumaram com a diferença nos valores dos dois tipos de café. O conilon sempre valeu menos que o arábica, mas essa diferença que já chegou a ser de 50%, hoje não passa de 20%.
O vice-presidente do Centro de Comércio de Café, Jorge Luis Nicchio, explica que a diferença é resultado da queda no preço do café arábica. “Tem bastante café arábica para ser negociado e a junção desta quantidade com a safra 2013 faz com que os preços fiquem deprimidos”, diz.
Nicchio conta também que o café conilon sempre foi usado pela indústria para compor uma mistura com o café arábica, mas nos últimos anos, a qualidade do conilon tem melhorado e, por isso, a participação do tipo de café aumentou bastante.