#Carvalhaes – Café: Contratos na bolsa de NY fecham semana com balanço negativo

Publicado em 01/03/2013 18:11

Ontem, em Brasília, na aguardada reunião do CDPC – Conselho Deliberativo da Política Cafeeira foi debatido a queda do valor de comercialização do café, mas não houve nenhuma decisão a este respeito. O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Carlos Vaz, disse que o governo adotará medidas para conter a queda do preço do café: “Vamos focar na questão conjuntural, mas também na estrutural”.

“Pedimos às lideranças para levar aos produtores a mensagem de que o ministério fará todo o esforço”, disse o secretário executivo, que não especificou se as medidas prometidas virão na forma de leilões de estoque do produto (leilões de opções de venda ao governo federal). Silas Brasileiro, presidente do CNC – Conselho Nacional do Café, entidade que representa os produtores, disse estar confiante de que o apoio do governo surtirá efeito. “A América Central vai reduzir a oferta de café e acredito que na segunda quinzena [de março] vamos ver uma reação [do preço do café] acontecendo”, declarou (informação da Agência Brasil – EBC no Clipping Café do CNC).

Em nossa opinião, primeiro é preciso saber se a estimativa oficial brasileira tanto para a atual safra de café 2012/2013 como para a nova safra 2013/2014 estão corretas, ou subavaliadas como acreditam agentes do mercado no Brasil e no exterior. Se estiverem corretas, o que resta da atual safra brasileira 2012/2013 é suficiente apenas para as necessidades brasileiras de consumo e exportação e o volume a ser colhido na safra 2013/2014 será menor que o necessário para nossas exportações e consumo interno. Se as estimativas estiverem equivocadas, com números abaixo da realidade, como supõem agentes do mercado, seria então aconselhável fazer leilões de opções de venda ao governo federal e também informar aos cafeicultores que não é hora de investir em novas áreas de produção de arábica.

Sem dúvidas é preciso RAPIDAMENTE adotar medidas de sustentação de preços, mas elas devem ser diferentes para cada um dos cenários acima. Após focar na questão conjuntural e estancar a sangria nos preços, é realmente necessário repensar a questão estrutural, como disse o secretário executivo do MAPA.

Esta semana os contratos de café na ICE Futures US trabalharam próximos à estabilidade, mas fecham a semana com um balanço ligeiramente negativo. No mercado físico brasileiro os negócios foram fechados nas mesmas bases da semana anterior.

Até o dia 28 os embarques de fevereiro estavam em 1.571.214 sacas de café arábica e 9.235 sacas de café conillon, somando 1.580.449 sacas de café verde, mais 180.119 sacas de café solúvel, contra 1.589.172 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o dia 28, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 2.187.529 sacas, contra 2.155.198 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 22, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sextafeira, dia 1, caiu nos contratos para entrega em maio próximo, 45 pontos ou US$ 0.60 (R$ 1.19) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 22 a R$ 375,11/saca e hoje, dia 1 a R$ 375,64/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 15 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações normais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2012/2013, condição porta de armazém:

R$320/325,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.

R$320/325,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.

R$310/320,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.

R$295/305,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.

R$290/300,00 – RIADOS.

R$280/290,00 – RIO.

R$280/290,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.

R$270/280,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.

         DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 1,9810 PARA COMPRA.

Fonte: Escritório Carvalhaes