Ao menos 77 pessoas ficaram feridas em confrontos entre policiais e cafeicultores grevistas na Colômbia. Nesta segunda-feira, milhares de produtores do grão, um dos principais produtos de exportação do país, pediram subsídios do governo para protegê-los da queda internacional de preços e a desvalorização da moeda.
Em depoimento, o presidente Juan Manuel Santos classificou os protestos como “desncessários e inconvenientes”. Para ele, as reivindicações são injustas, já que medidas já teriam sido tomadas após reclamações anteriores.
Opositores do governo lamentaram a reação da polícia e o discurso de Santos. A Colômbia é o quarto maior produtor mundial de café.
Milhares de cafeicultores protestaram nesta segunda-feira
Foto: EFE – (Com informações da BBC e da TV Caracol da Colombia).
Cafeicultores da Colômbia fecham estradas no primeiro dia de greve
Milhares de cafeicultores colombianos bloquearam estradas e impediram a chegada dos grãos ao porto nesta segunda-feira (25), primeiro dia de uma greve para cobrar apoio do governo após anos de problemas climáticos, doenças nas lavouras e câmbio valorizado.
Se a disputa não for resolvida rapidamente, pode atrapalhar as esperanças colombianas de elevar sua produção de café de 7,74 milhões de sacas de 60 kg em 2012 para 10 milhões neste ano.
A renda dos cafeicultores da Colômbia diminuiu nos últimos anos por causa do preço dos fertilizantes e de outros insumos importados, e também por causa do valor baixo do café no mercado internacional e da excessiva valorização do peso colombiano – o que torna o produto local menos competitivo no mercado externo.
“Precisamos de rendimentos para os cafeicultores, estamos quebrados”, disse Oscar Gutiérrez, coordenador de uma entidade que reúne cafeicultores de vários departamentos. Segundo ele, durante a greve não haverá nem colheita nem venda de café.
A Colômbia é o quarto maior produtor mundial de café, atrás de Brasil, Vietnã e Indonésia. O país teve no ano passado sua pior safra em três décadas. Desde 2009, os produtores sofrem o impacto das chuvas torrenciais, que encharcam a terra e derrubam os grãos dos pés de café, além de causar uma doença que dizimou as lavouras.
“Estamos vivendo na miséria”, disse Teodulo Guzman, diretor de uma organização privada de cafeicultores no departamento de Huila. “No momento, não temos dinheiro para pagar catadores de café, nem para fertilizar. A colheita secundária parece boa, mas vai ficar danificada porque não temos dinheiro para apanhar os grãos.”