Dilma vai usar BNDES na reforma agrária
FERNANDA ODILLA DE BRASÍLIA
O governo quer intensificar o uso de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social em projetos de áreas desapropriadas para reforma agrária.
A iniciativa ocorre num momento em que Dilma Rousseff é criticada por movimentos sociais por ser um dos presidentes após o fim da ditadura militar que menos desapropriou terras, perdendo só para Fernando Collor.
No BNDES estão em fase de análise, aprovação ou contratação cinco projetos -no valor total de R$ 96,5 milhões- para os assentamentos.
Entre os projetos há duas propostas de R$ 30 milhões: uma de qualificação da estrutura produtiva de assentamentos gaúchos e outra de estruturação de empreendimentos produtivos coletivos.
Nos últimos quatro anos, o banco apoiou diretamente cinco projetos com R$ 16,2 milhões e indiretamente outras 50 propostas com R$ 6 milhões, em 19 Estados.
Em 2011, por exemplo, uma cooperativa ganhou cerca de R$ 800 mil para promover a inclusão de famílias assentadas na cadeia produtiva do café com insumos, máquinas e equipamentos, veículos e a construção de uma unidade de beneficiamento do café.
O BNDES diz que apoia projetos dos assentados em razão do grande número de beneficiados e de sua experiência na agropecuária.
Inaugurada ontem por Dilma, a usina de laticínios (iogurte, queijo, doce de leite) de uma cooperativa de mulheres do assentamento do MST em Arapongas (PR) é vista como um modelo. Ela obteve R$ 8 milhões do BNDES.