Alívio no bolso dos produtores

Conselho Monetário Nacional aprova medidas que beneficiam o cultivo de café, soja, cacau e uva
Produtores de café, soja, cacau e uva vão poder aliviar o bolso. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou medidas que beneficiam o setor agrícola. Entre elas, a que estende ao café tratamento similar ao adotado para os demais produtos amparados pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Serão atendidas as cooperativas de produtores rurais que beneficiam ou industrializam o café. Atualmente, esse segmento tinha uma limitação de financiamento de até R$ 3 milhões. Agora, o crédito pode atingir até 50% da capacidade de beneficiamento ou industrialização do setor.

Os produtores de soja também foram contemplados. O CMN decidiu tornar em caráter definitivo a sistemática do custeio alongado. Na prática, isso quer dizer que os empréstimos que eles tomam para o plantio da safra podem ser quitados em até cinco parcelas, com a primeira delas vencendo 60 dias depois da colheita.

O conselho aprovou ainda a prorrogação das dívidas dos produtores de cacau. Foi estabelecido o prazo de até cinco anos para pagamento do saldo devedor renegociado. O primeiro vencimento será em janeiro de 2007.

Para a uva, foi aprovada a manutenção de R$ 0,42/kg para o preço mínimo do produto industrial nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Os preços dos derivados de uva serão divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu manual de operações. A cotação mínima serve como base para as operações de empréstimos do governo federal de uva da safra 2005/2006.

A preocupação do governo é apoiar o setor, tendo em vista a expectativa de que haja uma pequena redução na safra 2005/2006, cuja colheita inicia-se este mês, ainda sob efeito da seca no Rio Grande do Sul no ano passado. Foram colhidas 493,2 mil toneladas de uva, uma queda de 15% ante as 578,9 mil toneladas da safra recorde anterior.