Valor PRO
16/01/2013
Mariana Caetano
As negociações de café no sul de Minas Gerais reagiram nos últimos dias, embora ainda não tenham retomado a força que já seria de se esperar para meados de janeiro. Segundo Cláudio Brito, da L&C Corretagem de Café, de Varginha (MG), o volume atual de negócios ainda é menor do que no mesmo período do ano passado, quando os preços próximos do patamar de R$ 500 incentivavam as vendas por parte dos cafeicultores.
“No final de 2012, entre outubro e novembro, boa parte dos produtores fez um financiamento para poder estocar o café e vender quando os preços melhorassem. Ocorre que, desde então, os preços não melhoraram. Assim, os cafeicultores ainda seguram o produto, à espera de alguma reação nas cotações para realizar vendas e justificar a contratação do financiamento, cujas parcelas já começaram a vencer”, explica Brito.
De acordo com o corretor, o temor de que não seja possível nem mesmo vender o café a um preço que possa, ao menos, “empatar” com os custos do financiamento já movimenta o setor. “As cooperativas já avaliam se é possível que o governo compre parte do café, para enxugar o mercado e dar força aos preços”, disse.
Atualmente, a saca do café tipo 6, bebida dura, está cotada a R$ 350 no sul de Minas. Até quarta-feira passada, o valor era ligeiramente menor, entre R$ 340 e R$ 345. Muitos produtores ainda aguardam uma alta para o nível de R$ 400 a R$ 420 por saca. “Se o governo não fizer nenhuma intervenção, a tendência é de que o volume negociado aumente progressivamente até o final de janeiro, especialmente por parte daqueles produtores que estão com financiamentos de estocagem”, conclui Brito.