Preço pago ao produtor cai 6,41%

Janaina Oliveira
Repórter

Por: Hoje em dia

O consumidor mineiro que for ao sacolão vai pagar menos para encher o carrinho. A queda no preço final, ainda que momentânea, é reflexo da redução dos valores pagos aos produtores, apontada pela pesquisa de Índices de Preços Agrícolas do mês de fevereiro, divulgada pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA). Neste período, o Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos do setor rural caiu, em média, 6,41%, puxado pelas baixas dos preços da batata (17,69%), café (14,83%), hortifrutigranjeiros em geral (5,49%) e milho (1,04%).


A pesquisa, que coleta mensalmente dados sobre 42 produtos agrícolas e 187 insumos, apurou que o IPR no campo, no acumulado de março de 2005 a fevereiro de 2006, baixou 17,6%. ‘O produtor saiu perdendo, pois sua renda foi reduzida praticamente pela metade. Em contrapartida, os valores mais baixos já chegaram até o consumidor’, acredita o coordenador do levantamento e professor de economia agrícola da UFLA, Ricardo Pereira Reis. ‘O câmbio valorizado é ótimo para quem compra, mas péssimo para quem vende. Com as dificuldades que o produtor enfrenta para exportar, o excedente na produção acaba ficando no mercado interno. A oferta aumenta e, consequentemente, o preço diminui’.


Para o chefe do Departamento Técnico da Central de Abastecimento do Estado de Minas Gerais (Ceasa Minas), Gilson Santos Neves, a queda apurada no preço da batata em fevereiro ocorreu devido ao pico do valor do alimento em janeiro, quando uma saca chegou a ser vendida por R$ 100. Hoje, segundo ele, a mesma quantidade é comercializada por R$ 55, em média. Já os preços de hortifrutigranjeiros enfrentam um período de oscilação, avalia. ‘O veranico fez com que produtos como tomate, repolho, berinjela, abobrinha e pepino chegassem ao ponto de colheita antes do tempo. Como a oferta aumentou, o preço, que estava em alta, sofreu retração’, explica.


No sacolão Pomar e Horta, no Funcionários, os cartazes já mostram a queda nos preços para o consumidor. ‘Há três dias pago menos 30%, em média, por verduras e legumes’, disse um dos sócios, Marcelo Lima. O quilo da batata que costumava comprar por R$ 1,99 passou para R$ 0,99, uma variação de 50%. Já para o consumidor, a retração foi de 25%, uma vez que o quilo, vendido anteriormente a R$ 1,99, custa agora R$ 1,49. Pimentão, repolho, abobrinha e berinjela registraram queda de 40%. Estes produtos, de acordo com Lima, passaram a custar para o cliente R$ 0,89 o quilo.


Altas


Por outro lado, a pesquisa da UFLA mostrou que as maiores altas ocorreram nos preços de venda da banana (16,94%), leite tipo B (12,19%), laranja (9,09%), couve-flor (66,66%) e frango abatido (10%). Em janeiro, a variação do IPR havia sido de 11,0%.


Fevereiro também foi o mês em que os preços médios dos insumos agrícolas estiveram em queda, quando o Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos caiu 3,6%. As maiores baixas foram registradas nos setores ligados aos fungicidas (8,61%), inseticidas (16,47%) e bernicidas (32,1%).

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