Café acumula 22,28% de queda em receita na agricultura mineira

20 de novembro de 2012 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

19/11/2012
 
PIB mineiro tem ligeira queda

Resultado de agosto reflete a redução da renda observada na cadeia da pecuária do Estado
 
MICHELLE VALVERDE | Diário do Comercio

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro apresentou queda de 0,09% em agosto se comparado com julho, mantendo a trajetória de declínio iniciada no mês anterior. No acumulado do ano, a queda foi ampliada para 0,43%. O resultado de agosto reflete a redução da renda observada na cadeia da pecuária, que recuou 033% naquele mês, enquanto a agricultura voltou a crescer, encerrando o periodo com incremento de 0,08%.


A estimativa de renda para o PIB é de R$ 121,70 bilhões em 2012. Desse valor, R$ 69,71 bilhões ou 57,28% serão provenientes da agricultura e R$ 51,99 bilhões ou 42,72%, da pecuária.


O PIB do agronegócio de Minas Gerais é estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com o apoio financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).


De acordo com o levantamento, em agosto, o agronegócio da agricultura apresentou alta de 0,08% na comparação com setembro. Com oresultado, o PIB desse setor, no acumulado de janeiro a agosto, reduziu a queda para 1,04%.
Dentro do segmento, as atividades de processamento apresentaram a maior redução, com declínio de 0,35% no mês e de 3,15% no ano. Adistribuição acumulou queda de 0,05% em agosto e de 1,65% no ano.


O segmento primário, ao contrário dos acima citados, apresentou crescimento pelo segundo mês consecutivo, com variação positiva de 0,77%, e expansão anual de 2,5%. O grupo de insumos continuou a apresentar a maior expansão da cadeia, com variação mensal positiva de 0,78%, acumulando alta de 2,08% no ano.


Tomate -Das 13 culturas agrícolas acompanhadas para o cálculo do PIB de Minas Gerais apenas seis apresentaram crescimento de receita. Dentre os itens, destaque para o tomate, que passou a ter o resultado mais expressivo, com elevação de 146,17% no faturamento, consequência do aumento dos preços em 166,21%, já que o volume diminuiu 7,53% no ano.


O feijão também apresentou resultado expressivo. De acordo com os dados do Cepea, houve elevação de 81,57% no fatura-mento, de 66,50% nos preços e de 9,05% em volume produzido. Os preços, que já se encontravam altos, foram ainda mais estimulados em agosto devido ao final da terceira safra, que reduziu a oferta do grão em todas as regiões produtoras de Minas Gerais


Os preços da soja também tiveram alta em agosto, elevando para 17,59% a expansão no ano. As estimativas de volume apontaram crescimento de 3,84% no ano, levando a um aumento de receita de 22,12%.


A atividade canavieira, que foi responsável por 14,07% da produção agrícola do Estado em 2011, continuou com variações positivas em agosto, reflexo das elevações de preços em 1,20% e de quantidades em 6,43%.


Na cultura do milho, a produtividade recorde favoreceu o aumento de produção em relação a 2011, alta de 18,96%, refletindo diretamente sobre os preços recebidos pelos produtores que apresentaram queda de 11,29% na comparação anual. O valor pago pelo produto vem se recuperado mensalmente.


Já o café, responsável por quase 48,24% do segmento básico da agricultura mineira acumula uma das maiores quedas na receita em relação a 2011. A retração dos preços reais, observada desde o começo do ano, chega a 22,28% na comparação entre os primeiros oito meses de 2012 com °mesmo período do ano passado, refletiu em baixa de 8,60% da receita.


As consecutivas quedas nos preços externos do café têm pressionado a cotação do grão no mercado brasileiro no correr desta safra. Além da crise financeira da Europa e dos Estados Unidos, o maior volume de produção global na atual safra também contribuiu para a queda nos preços. A produção teve alta de 17,60% em Minas Gerais.


Gado de corte em retração
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio da pecuária mineira apresentou retração em agosto com queda de 0,33% ante julho deste ano, o que reduziu também o resultado no acumulado do ano que saiu de uma alta de 0,73% observada até julho para um crescimento de apenas 0,40% no acumulado até agosto.


Nos segmentos básico, indústria e distribuição as quedas foram de 0,39%, 0,43% e 0,40%, respectivamente. No ano, entretanto, as atividades básica e de distribuiçãocontinuaram a registrar taxas positivas (0,62%, 0,37%), enquanto a indústria acumulou queda de 0,15%. No caso dos insumos, foi registrada alta de 0,36% em agosto, mas no acumulado do ano queda de 0,24%.


No segmento básico, a atividade leiteira apresentou elevação de 5,72% na receita entre janeiro e agosto, resultado do reajuste de preços que ao longo dos primeiros oito meses do ano subiram 1,53% e da estimativa de produção 4,13% maior que a registrada em igual período de 2011.


Em relação à pecuária de corte, o resultado negativo foi influenciado pela queda de 3,29% no fatura-mento do bovino macho, o que promoveu a redução da receita em 9,32% ao ano. Na suinocultura, mesmo com a retomada dos preços em agosto de 2012,a variação anual manteve a queda de 6,60%. A estimativa de aumento de 13,18% do volume, por outro lado, foi capaz de manter o fatura-mento da atividade em patamar positivo, com alta de 5,71%. (MV)
 
 

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