16/11/2012 Café da terra
Leia, na seqüência, artigo de autoria do economista colombiano Gonzalo Alberto Valencia Barrera. No fórum “Café: crise e perspectivas”, organizado pela Sociedade de Economistas de Quindío, na Colômbia, assim como pela Academia de História de Quindío e realizado no último dia 06 de novembro foram escutados pronunciamentos sobre a questão cafeeira por parte do Banco da República, da Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia) e Associação dos Exportadores de Café da Colômbia. Complementarmente foram conhecidos os trabalhos da Organização das Nações Unidas para o segmento rural da Colômbia e sobre a declaração, por parte da Unesco, de que o país conta agora com uma “Paisagem Cultural Cafeeira”.
Na visão do Banco da República, a chave para superar a atual crise da cafeicultura está na produtividade. Ou seja, produzir mais com os mesmos custos ou a mesma quantidade com um custo menor. Para a Federação, a recuperação da cafeicultura está em sua renovação, para que, em dois anos, o país alcance o nível de produção de 1 milhão de sacas.
Ambas as estratégias significam para um produto qualquer o manejo empresarial de suas propriedades cafeeiras, mediante a adoção de um pacote tecnológico adequado para cada plantação, levando-se em conta variedades, densidades, plano integral de manejo, assistência técnica, safra, pós-colheita.
Já a Associação dos Exportadores enfatizou que por ser um produto básico e sujeito às variações do mercado mundial, o café tem seu preço interno de compra baseado nas cotações internacionais e, por conseguinte, sua volatilidade faz com que em ocasiões sejam observados preços remuneradores e em outras os preços se mostram bastante baixos, que nem sequer compensam os custos de produção.
Esse fato obriga os produtores a se proteger e, para tanto, existem no mercado os contratos de preço a futuro, os seguros de risco, entre outras opções.
A conferência permitiu a grande conclusão de que o pequeno produtor está condenado a desaparecer se não recorrer a formas associativas, de agrupamento em torno de projetos articulados junto à respectiva cadeia produtiva. No caso do café, a Federacafe não é a cadeia em si, já que representa unicamente os produtores.
É necessário vincular também os industriais, comerciantes, exportadores, academia, universidades, governo, setor financeiro, transporte, entre outros. A entidade chamada a organizar a cadeia é o próprio Ministério da Agricultura, que deve reformar as atuais relações contratuais do governo com a Federação, tanto no manejo do Fundo Nacional do Café, como na política cafeeira do país.
A grande vantagem da cadeia produtiva está no fato de o produtor participar da geração do valor agregado, dento de um contexto de livre mercado. Finalmente, não basta sentirmos orgulhosos da declaratória da Paisagem Cultural Cafeeira é também responsabilidade de todos valer por sua preservação e que se obtenha uma adequada representatividade institucional.
Fonte: AgnoCafe