Raquel Massote A má distribuição de chuvas após as principais floradas das lavouras de café no fim do ano passado poderá provocar quebra na safra 2006/2007. Técnicos do setor consideram, no entanto, que é cedo para estimar o volume de perdas. Segundo o gerente Joaquim Goulart, do Departamento Técnico da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), no sul de Minas, os problemas começaram no período pós-florada, em novembro, quando houve um excesso de chuvas e baixas temperaturas. Em janeiro, as principais regiões cafeeiras sofreram com um forte veranico e a falta de chuva. Conforme o mais recente boletim da Estação de Avisos Fitossanitários, da Fundação Procafé, em Varginha (MG), o volume de chuva no mês passado foi de apenas 157 milímetros , quando a média histórica para o período é de 274,6 milímetros. Com as oscilações do clima, aumentou a incidência do coração negro ou polpa negra. O pesquisador Joel Irineu Fahall, do Instituto Agronômico (IAC), encaminhou à Cooxupé um parecer sobre as causas da anomalia. Segundo ele, na fase crítica de desenvolvimento do fruto, a falta de chuva pode causar a necrose de tecido no interior do grão. O abortamento ocorre com os grãos verdes por fora. “A ocorrência da anomalia pode ser generalizada, porém com maior intensidade em pontos isolados”, explica. As altas temperaturas dos últimos dias, de acordo com Fahall, oferecem condições para provocar a anormalidade, principalmente em lavouras com carga alta. |