CAFÉ VOLTA A REGISTRAR FORTES PERDAS

21 de setembro de 2012 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

A semana voltou a ser de fortes quedas para o café no mercado internacional. O arábica na Bolsa de Mercadorias de Nova York, “termômetro” para as cotações globais, após ter apresentado recente alta, avançando para a casa de US$ 1,80 a libra-peso, despencou nos últimos dias. A volatilidade imperou e isso prejudicou os negócios no mercado nacional, que também teve preços declinantes.

Por trás dessa queda do café, esteve uma semana de desconfiança no cenário macroeconômico global, com preocupações renovadas com a situação na Europa e também com a China. O dólar se firmou contra outras moedas, o que é fator permanente de pressão sobre as commodities nas bolsas de futuros. Com investidores, fundos e especuladores temerosos com o quadro financeiro de países, houve novos movimentos de saída dos papéis mais voláteis das commodities, o que afetou o café.

Além disso, a colheita de uma grande safra vai se encerrando no Brasil e as indicações do clima são de que devem vir chuvas agora para a abertura das floradas que vão vingar na safra 2013. Adiante, chega a produção do Vietnã de robusta e países da América Central e Colômbia vão colher suas safras de arábica lavado de alta qualidade, o que traz um sentimento de alívio nas relações de oferta e procura.

Outro aspecto baixista da semana é que recentemente o café subiu bem e voltou a bater em US$ 1,80. Só que deste patamar teve dificuldade de avançar tecnicamente, mostrando que talvez acima disso seja “um pouco demais” para a realidade atual do mercado. Faltou força para NY manter esses níveis, daí veio um movimento até natural de correção técnica e gráfica.

Por outro lado, há aspectos importantes de sustentação para as cotações. A oferta ainda está bem ajustada a demanda, e a grande safra deste ano do Brasil apenas é um alento. A temporada de frio no Hemisfério Norte se aproxima, e com ela cresce a demanda por bebidas quentes, com destaque para o café. Isso por si só já é um fundamento bem altista, e ainda há as preocupações com a temporada de furacões na América Central, e ainda incertezas quanto ao clima para as floradas no Brasil.

Desta forma, o mercado parece precisar de novidades para sair da faixa que vai de cerca de US$ 1,60 a US$ 1,80 a libra-peso, base arábica em Nova York.

Em Nova York, no balanço semanal até esta quinta-feira, dia 20, o preço do arábica no contrato dezembro caiu 6,9%, passando de 181,10 para 168,60 centavos de dólar por libra-peso.

Os produtores no Brasil continuam com a estratégia adequada de dosar a oferta desta safra, que parece bem controlada mesmo pelos vendedores. Quando NY sobe, o produtor aparece um pouco mais para os negócios a preços mais atraentes e faz uma média ascendente de preço em suas médias. E quando NY cai, retrai-se à espera de uma nova “janela” favorável para a venda. Conta para isso com amplos financiamentos de estocagem do governo e uma boa condição de capitalização de maneira geral.

Assim, se NY teve perda de quase 7% na semana, no mercado físico nacional a queda foi menor. No Brasil, o arábica bebida boa no sul de Minas Gerais caiu 3,7% na semana, passando de R$ 400,00 para R$ 385,00 a saca.

O robusta na Bolsa de Londres caiu 2% na semana, com o contrato novembro recuando de US$ 2.083,00 para US$ 2.041,00 a tonelada no fechamento desta quinta-feira (20). Já o conillon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, caiu 2,4%, passando de R$ 288,00 para R$ 281,00 a saca.
 
(LC)

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