Safra de café na região de Marília cresce 16%, mas fica abaixo da projeção inicial

18 de setembro de 2012 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Colheita deverá ser de 700 mil sacas beneficiadas, ante 600 mil do ano passado. A qualidade do café também foi alterada e bastante prejudicada
 
Diferente da previsão do IEA (Instituto de Economia Agrícola) e pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, de que o crescimento da safra de café no estado paulista seja de 33%, a região de Marília não sentirá os reflexos positivos do bom ano do café. Segundo o engenheiro agrônomo da Coopemar (Cooperativa dos Cafeicultores de Marília), Aurélio Girotto, o elevado volume de chuva em maio e junho atrasou o início da colheita e prejudicou a safra, em decorrência da elevada umidade.
 
“A colheita iniciou em junho e já está terminando, por isso conseguimos ver que não teremos bom resultado. Inicialmente a previsão era a mesma do IEA 33%, mas os problemas climáticos da região prejudicaram tanto o volume das sacas beneficiadas, como a qualidade dos grãos”. Girotto afirma que a previsão é que a coleta totalize 700 mil sacas beneficiadas, ante 600 mil sacas do ano passado, quando era um período considerado ruim para o setor. O percentual de crescimento será de 16%.
 
Além da redução da quantidade, a qualidade do café também foi alterada e bastante prejudicada. “Além de derrubar os grãos do pé, a planta também ficou comprometida com o excesso de umidade no início das últimas safras”, acrescenta Giroto. Apesar da queda na expectativa inicial, o montante foi superior a previsão da Coopemar em junho deste ano. Na região de Marília o estudo inicial visou produção de 563.361 sacas, com limite inferior a 514.911 sacas e superior a 611.810 mil sacas. Apesar do pessimismo da Coopermar, a safra de café do Estado de São Paulo poderá alcançar 5,24 milhões de sacas beneficiadas. Ultrapassando a previsão inicial da colheita que estava estimada de 4,92 milhões de sacas, com limite inferior de 4,68 milhões de sacas e superior de 5,16 milhões de sacas.
 
Segundo o IEA, o acréscimo de 33,6% na produtividade deve-se, em parte, à ocorrência de chuvas observadas a partir do último trimestre de 2011 e primeiro de 2012, associado ao condizente pacote agronômico utilizado no manejo dos cafezais por parte dos cafeicultores, que propiciou excelente recuperação vegetativa das plantas. A área plantada é de 223,5 mil hectares, praticamente a mesma que a passada.
 
Segundo informações da Coopemar (Cooperativa de Cafeicultores de Marília), na região de Marília, atualmente, são mil produtores de café, sendo 350 cooperados à instituição. Eles estão espalhados por 20 cidades, que totalizam uma área de plantação de 38 mil hectares.
 
Pedro Losasso, cafeicultor de Garça, confirma o ruim cenário do café em toda a região, em decorrência do alto volume de chuva e a preocupação quanto à perda da qualidade e quantidade do café que é muito grande. “Com certeza teremos um ano de queda. O ano que era de alta para o produto, trará prejuízos. Esperamos que o preço tenha uma recuperação, pois está muito difícil colher café”, finaliza.
 
Diário de Marília

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