CNC – Semana é marcada por audiência com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira

14 de setembro de 2012 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

BALANÇO SEMANAL — 10 a 14/09/2012


– Semana é marcada por audiência com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e por reunião com o secretário-executivo do Mapa, José Carlos Vaz. A colheita se aproxima do fim e o volume deve ser próximo ao apurado pela Conab, o que preocupa é a qualidade. No mercado, indústrias voltam às compras, preços disparam e é hora do produtor fazer o balanço dos custos de produção e as cotações atuais para analisar virtuais vendas.


RECURSOS HÍDRICOS — Em conjunto com lideranças da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Conselho Nacional do Café (CNC) iniciou esta semana participando de audiência com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na segunda-feira (10/09). Na reunião, na qual fomos representados pelo conselheiro diretor Carlos Paulino, presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), debatemos o fortalecimento do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) visando a um melhor aproveitamento da água na produção brasileira como um todo.


O encontro contou com a participação de representantes de vários colegiados que tem a preservação e a utilização da água como foco, incluindo os próprios membros do CNRH. A ministra Izabella Teixeira explanou sobre a necessidade do fortalecimento do Conselho, informando que o secretário executivo do MMA, Francisco Gaetani, coordenará um grupo de trabalho para que se chegue à desejada reestruturação, o qual também será o colegiado para a apresentação de pleitos pontuais de cada um dos setores produtivos.


“Ficou evidenciado que ninguém deseja utilizar a água na produção agrícola ou industrial sem exercer a preservação dos recursos hídricos e do meio ambiente. Nesse sentido, temos que agradecer à ministra Izabella e a todo o staff do Ministério (do Meio Ambiente), que se dispuseram a buscar a melhor forma para o fortalecimento do CNRH e, consequentemente, da implantação de soluções para o uso da água no País”, elogia o conselheiro diretor do CNC.


Com a formatação desse grupo de trabalho, o Conselho Nacional do Café entende que se tornará mais prática a busca por soluções para os problemas vivenciados pela atividade cafeeira, em especial nas áreas de cerrado. “Nesse fórum, poderemos buscar alternativas para inserir como de utilidade pública e interesse social os barramentos em cursos d’água para fins da cafeicultura irrigada”, exemplifica Carlos Paulino.


RECURSOS PARA ESTOCAGEM — Na quinta-feira (13/09), o presidente executivo do CNC, Silas Brasileiro, reuniu-se com o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Carlos Vaz, para tratar de uma extensa pauta visando à liberação de mais recursos e à provável implementação de programas e políticas que deem sustentação ao mercado e, consequentemente, ao setor. O secretário acolheu muito bem as nossas propostas, demonstrando, novamente, que o setor possui apoio incondicional do Ministério da Agricultura. O Conselho Nacional do Café tornará públicas essas propostas à medida que forem tomando formato nas negociações com o governo.


SAFRA 2012 — Conforme avançamos pelo mês de setembro, aproximamo-nos do encerramento da colheita do café no cinturão produtor do Brasil. Pelos relatos recebidos de nossas cooperativas, acreditamos que o volume de 50,45 milhões de sacas estimado pela Conab deva se confirmar. O dado mais preocupante, contudo, é o percentual de café que não atingiu seu ápice de qualidade. As cooperativas cafeeiras com que tivemos contato apontam que aproximadamente 40% do café colhido se referem a “chuvados” e de varrição, que são aptos ao consumo, porém ficaram distantes de seu máximo potencial qualitativo. Assim, analisando esse contexto, também esperamos que a projeção do setor exportador se confirme e que o País negocie algo próximo a 30 milhões de sacas com o exterior.


Um fator importante na safra deste ano foi a postura adotada pelo Governo Federal em relação à liberação dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), que chegaram em tempo mais hábil para que o produtor pudesse se organizar e não ter que vender sua safra à medida que a colheita ia se desenvolvendo. O reflexo desse cenário foi produtores mais capitalizados, um maior volume de café com qualidade elevada armazenado e a consequente inexistência de pressão nos preços de mercado.


MERCADO — Conforme vínhamos informando em nossos boletins semanais, desde o início da safra nossa expectativa era de que o mercado permanecesse fraco durante o período da colheita, devido à ausência de grande parte das indústrias internacionais, em férias de verão no Hemisfério Norte. Também a dificuldade de recursos de capital de giro colaborou para a apatia das indústrias neste período.


Nossas expectativas de que o mercado iniciasse uma recuperação a partir do mês de setembro se confirmaram. Com o retorno das indústrias às atividades e com baixíssimos níveis de estoque, elas voltaram às compras. Somou-se a isso, nesta semana, um movimento de cobertura de posições vendidas. Na sexta-feira passada, a Comissão de Comércio de Futuros de Commodities dos EUA apontou que os fundos detinham uma posição líquida de venda (que indica uma aposta na queda dos preços) de 18.591 contratos, a maior desde maio de 2007 – o que, de acordo com nota do Commerzbank, reproduzida pela Dow Jones Newswires, teria motivado a cobertura de posições.  De acordo com Carlos Costa, da Pharos, consultoria em gerenciamento de risco, “com o nível de US$ 1,80 por libra peso rompido em NY, há possibilidade de novas altas”.


De fato, apesar de avanços expressivos em curto espaço de tempo atraírem vendas, notamos que os produtores estão com uma estratégia vendedora muito bem definida e que devem ofertar seus cafés paulatinamente, em escala de alta, lembrando sempre de fazer o balanço dos preços de mercado com seus custos de produção, de maneira que busque rentabilidade na atividade. Essa postura deve inibir um processo de venda mais acentuado no curto prazo.


Ao encontro do nosso ponto de vista vem o analista Márcio Bernardo, da corretora Newedge, que lembra que grandes produtores mundiais, como o Brasil, estão administrando a oferta de café, o que dá suporte aos preços. Acrescente-se a isso, também, as preocupações climáticas. Foi-se o tempo em que a principal apreensão dos produtores de café era com o frio ou possíveis geadas. Atualmente, a grande preocupação é com a seca e as altas temperaturas na época das floradas. De acordo com a Somar Meteorologia, com as temperaturas muito mais altas do que o normal para o período, vários cafezais vem sofrendo com a queda dos botões florais, o que poderá comprometer a intensidade do florescimento das plantas.


A produção do ciclo atual já foi prejudicada pela estiagem nos primeiros meses do ano e pelas chuvas atípicas em junho e início de julho. Para esta semana, havia previsões de chuvas fracas em pontos isolados nas regiões produtoras do Sul de Minas Gerais e da Média Mogiana Paulista. Ainda segundo a Somar, as temperaturas devem se manter elevadas ao longo da próxima semana. Já as chuvas para a abertura da florada deverão ocorrer apenas entre os dias 20 e 25 de setembro.


É válido recordar que, em razão da bienalidade, estamos saindo de uma safra maior para uma com colume menor a ser colhido e essas adversidades climáticas citadas poderão gerar uma redução além do normal no ciclo cafeeiro 2012/13.


Atenciosamente,


Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC


 

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