GEADA NEGRA COMPLETA 37 ANOS EM UM CENÁRIO QUE MUDOU A ECONOMIA DO PARANÁ
Era 18 de julho de 1975, 37 anos atrás, o estado do Paraná era detentor de 48% da produção cafeeira do país e a população era predominantemente rural. Eis que chega a noite e o frio começa a aumentar, os produtores rurais se fecham em suas casas e ao acordarem encontram as plantações de café, que movia a economia do estado na época, completamente destruída graças a “Geada Negra”.
O Jornal Diário do Paraná destacava: “Geada acaba com café no Paraná”. O jornal O Estado do Paraná dividia a atenção com a neve do dia anterior na capital: “Não sobro um pé de café”, destacava a manchete.
O fenômeno congelou o orvalho e a seiva das plantas, destruindo a plantação de café no Paraná. A participação do estado caiu de 48% da produção nacional para 0,1%. Neste ano foram colhidas 3,8 mil sacas de café, contra 10,3 milhões da safra anterior. Milhares de produtores tiveram sua renda completamente destruída e tiveram que abandonar o que haviam feito durante toda a sua vida.
Na época, o então governador Jaime Canet pediu ajuda ao presidente Ernesto Geisel para reerguer a economia paranaense. O plano econômico para mudou a lavoura e passou-se a se investir em algodão e grãos, como a soja e o milho.
Mas para muitos a geada não foi um completo desastre, já que tirou a dependência economia no estado com o café. Outros fatores surgiram para impulsionar a economia. No oeste do Estado, a construção da usina de Itaipu obrigou pelo menos 8 mil agricultores a deixarem suas propriedades, gerando uma demanda por terra que não tinha como ser suprida na região.
A população de Curitiba passou a ganhar milhares de novos moradores e provocou um inchaço na cidade. Os números de habitantes na capital dobraram de 1970 para 1980, passando de 624 mil para 1,02 milhões e precisou de medidas rápidas para evitar o caos urbano.
Se você estava no Paraná durante o fenômeno e presenciou as mudanças sociais e econômicas, deixe sua história nos comentários.
Fonte: Paraná Online