São Paulo, 15 de Fevereiro de 2006 – Venda especulativa e rolagem de posições pressionam cotações do produto. O preço do café voltou a cair nesta terça-feira, na Bolsa de Nova York, pressionado pela atuação de fundos de investimento. Com a proximidade do período de notificação dos contratos de primeira posição (março), que começa no final desta semana, intensificou-se o movimento de liquidação dos papéis, o que tem derrubado as cotações do grão. No último pregão, os contratos com vencimento em maio caíram 1,69%, sendo cotados a 110,65 centavos de dólar por libra-peso. Na semana, a desvalorização chega a 6,38%.
“O mercado não quer correr o risco de receber a mercadoria e está procurando enxugar as posições compradas”, explica o analista de commodities Gil Barabach, da Safras & Mercado. Apesar dos esforços dos últimos dias, ainda há cerca de 22 mil contratos de primeira posição em aberto, volume considerado muito alto para a proximidade do vencimento. “Os fundos devem seguir liquidando ou rolando os contratos de março até diminuir as posições compradas. Depois disso o mercado deve voltar a operar de olho no quadro fundamental, que sugere uma valorização”, acredita.
No mercado físico, o preço do café também apresenta queda. A saca do café bica dura negociada no Sul de Minas foi cotada a R$ 260, o que representa uma retração de 5,45% em relação ao dia anterior. Segundo Barabach, o volume de negócios continua baixo, com os produtores desmotivados a comercializar o café estocado diante da desvalorização do dólar em relação ao real.
Apesar de o café ser negociado por um bom preço em relação a 2004 – sendo vendido a cerca de US$ 120 em Minas, contra US$ 105 no mesmo período do ano passado -, o câmbio não é atraente para o produtor rural.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 10)(Tatiana Freitas/IT Mídia)