Adeptos do café têm mais opções em Belém

13 de fevereiro de 2006 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: Jornal da Amazônia

Cada vez mais locais possuem a bebida como carro-chefe

O Brasil é o maior produtor mundial de café, com aproximadamente 16 milhões de sacas por ano. O hábito de tomar café tem crescido entre a população brasileira, que ainda perde para os Estados Unidos no quesito consumo. Entretanto, a expectativa da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) é que, até 2010, o País esteja no topo da lista de consumidores mundiais do produto. O consumo deverá ser de 21 milhões de sacas de 60 quilos, o que supera o volume de 19,5 milhões da população norte-americana. Uma recente pesquisa mostrou que a média de consumo de cada brasileiro é de 4,15 quilos de café por ano, o que representa 67 litros da bebida por habitante a cada ano.

Nas grandes metrópoles brasileiras, incluindo Belém, este aumento de adeptos do café tem originado a criação de lojas especializadas no ramo, como cafeterias e cybercafés. Se no passado o café era encontrado apenas em restaurantes e similares, hoje muitos empresários apostam no produto como carro-chefe de seus estabelecimentos. Em Belém não é diferente: apesar de não ser uma cidade de clima frio, o consumo do café tem se mostrado significativo, segundo empresários do ramo. Na opinião deles, o aumento do consumo se relaciona principalmente à qualidade do produto ofertado. Uma das redes de café mais conhecidas da cidade, Arthur Café, vende uma média de 45 mil xícaras de café todos os meses, em suas cinco instalações. Na opinião do dono da rede, o empresário Arthur de Oliveira Santos, Belém é a terceira cidade brasileira que tem o maior consumo de café, atrás apenas de São Paulo e Campo Grande.

Arthur morava em São Paulo (SP), onde sua família tem uma rede de cafeterias e, há oito anos, veio participar de um evento em Belém. Em 10 dias de evento, ele vendeu a marca de 9 mil cafés para os paraenses, e decidiu implantar o Arthur Café aqui. ‘A população paraense gosta de café, isto é um fato. Trabalhamos com um café de qualidade, prezamos também pela qualidade no serviço, tudo isso influencia no consumo’, afirmou Arthur, que confessa tomar 22 cafés por dia.

Segundo ele, a preocupação ainda é com os jovens, que não conhecem bem os benefícios do café. ‘O café faz bem para a saúde, é bom para manter a memória ativa, para fazer exercícios, etc. A juventude precisa saber disto, para que tenha o hábito de tomar café. Entre os adultos, o consumo é maior, principalmente por pessoas que praticam atividades físicas’, complementou.

Além do Arthur Café, outros estabelecimentos, como As Mulatas e Café Santos, têm o café como principal item do cardápio, e buscam inovações para aumentar a clientela. Além de cafés simples, com ou sem açúcar, as cafeterias dispõem de muitas variações, para todos os gostos: café com licor, com sorvete, frapé de café e outros tipos de cafés servidos gelados, em forma de milk shake, chocolate gelado, capuccino e chocolate com rum. A diversidade é também uma forma de expandir o mercado, segundo os empresários do ramo.


Variedade é positiva

Cristiane Amaral trabalha há seis anos na rede Arthur Café, e acredita que a variedade é positiva para o setor. ‘Na verdade, o cafezinho expresso vende mais do que os outros. Mas a pessoa tem diversas opções de escolha’, frisou. Segundo ela, o consumo tem aumentado nos últimos anos em Belém. ‘As pessoas estão tomando mais café. Apesar de vendermos sucos e outras bebidas, o café tem uma saída mais expressiva’, salientou.

Outra vendedora de cafeteria, Célia Caroline, tem a mesma opinião. Ela trabalha na travessa Padre Eutíquio e garante que ‘a venda do café predomina em relação às outras bebidas’.

O gerente da loja Café Suave, Danilo Gomes, diz que os benefícios do café vão além do conhecimento da maioria da população. Ao invés de instalar a loja na região central de Belém, Danilo optou por bairros periféricos da cidade, como Jurunas e Guamá. ‘A idéia de montar um estabelecimento com venda de café surgiu há dois anos atrás. Agora, já são três e a idéia e aumentar esse número’, disse. De acordo com ele, os locais não foram escolhidos por acaso. ‘Além de vender um produto de qualidade e por um preço acessível, a idéia é transmitir os benefícios do café para as pessoas de todas as classes sociais’, enfatizou.

Segundo ele, no passado, as pessoas tinham a idéia de que o café era prejudicial à saúde. ‘Entretanto, experiências científicas mostram o contrário. Por exemplo, pesquisas epidemiológicas fizeram uma relação positiva entre o consumo regular do café e a menor incidência da doença de Parkinson, depressão, suicídio e alcoolismo’, exemplificou.


Sabor de qualidade

Segundo Arthur Santos, o café precisa ter outras qualidades tão importantes quanto a marca do produto utilizado. ‘Normalmente, os cafés regionais são bons, mas os de outros Estados são melhores. A marca de café que usamos no Arthur Café, por exemplo, vem de São Paulo e apresenta resultados satisfatórios para os clientes.’

Na opinião de empresários do setor, o café bom não deve ser muito amargo, e a acidez precisa ser balanceada. O aroma deve ser forte e a cafeína em pouca quantidade.

É assim que a microempresária Brenda Damascento, 45 anos, gosta de tomar café. Ela conta que costuma caminhar todos os dias de manhã, e sempre faz uma pausa para tomar um café expresso. A rapidez no preparo e a temperatura do produto são os fatores mais agradáveis, segundo ela. ‘O café é gostoso, e pela manhã vai muito bem. Na verdade, eu adquiri este hábito há pouco tempo, e estou adorando. Quando tomo café fico mais disposta para as outras atividades do dia’, complementou.

Brenda disse ainda que seus dois filhos, de 18 e 20 anos, não gostam muito de café. ‘Eles não foram acostumados a tomar café todos os dias. No café da manhã, sempre preferiram sucos. Agora, estou tentando convencê-los a ingerir o produto, já que faz bem para a saúde e até para a mente, na minha opinião’, confidenciou

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