CNC Volatilidade do dólar impacta cotações do café negativamente

Balanço semanal – 21 a 25/05/2012




— Volatilidade do dólar impacta cotações do café negativamente; Prognóstico dos exportadores se aproxima da expectativa da Conab; Safra 2012 poderá ter comprometimento na qualidade.


RECURSOS FUNCAFÉ – Iniciamos esta semana participando de reunião das lideranças da cafeicultura brasileira na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), a convite do diretor tesoureiro da entidade e também presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita.


No encontro, o diretor do Departamento do Café do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Edilson Alcântara, reiterou o compromisso do governo de destinar cerca de R$ 4,5 bilhões para um melhor ordenamento das vendas do café da safra 2012. Segundo ele, os recursos serão liberados pelos agentes financeiros entre o fim deste mês e o início de junho.


TRABALHO ESCRAVO – Já na reunião semanal da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), tratamos da questão das PEC e CPI do Trabalho Escravo. Ficou acordado que o texto da PEC, aprovado na Câmara, será revisado no Senado e voltara à Casa para que se busque, de fato, um entendimento consensual sobre o que realmente é o trabalho escravo no Brasil. A intenção do colegiado é evitar que trabalhadores e produtores possam ser prejudicados.


MERCADO – Esta foi mais uma semana de alta volatilidade nas cotações do café. Entre a mínima de 165,10 e a máxima de 181,35 verificadas na Bolsa de Nova York, nota-se uma variação de aproximadamente 10%, ou mais de 1.600 pontos.


A volatilidade do dólar e a aversão às operações de risco devido à crise europeia levaram os fundos a realizarem mais vendas, deprimindo as cotações. Já pelo lado dos fundamentos, as notícias seguem positivas. Os analistas, que se reuniram nesta semana no Seminário “Perspectivas para o Agribusiness” na BM&FBovespa, reduziram suas expectativas de safra, aproximando mais seus números aos da previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).


É o caso de Luis Otavio Araripe, sócio da Valorização Consultoria, para quem a próxima safra brasileira deverá ser de 52,4 milhões de sacas. Ainda de acordo com ele, entre os exportadores o número vem convergindo para 53,9 milhões de sacas, bastante inferior às projeções iniciais deste setor.


Por sua vez, nós do Conselho Nacional do Café (CNC), após consulta feita às cooperativas associadas, continuamos acreditando que a safra 2012 ficará em torno de 50 milhões de sacas, conforme a Conab apurou em seu segundo levantamento.


Outro fato que começa a preocupar o mercado é a tendência de um inverno chuvoso nas regiões cafeeiras em função da presença do fenômeno “El Niño” nas águas do Oceano Pacífico. Confirma esta previsão o fato das principais regiões produtoras estarem recebendo precipitações neste início de colheita.


Destacamos que, a persistir tal situação, poderá haver uma grande redução na produção de cafés finos, que hoje já estão com disponibilidade limitada no mercado internacional. Os produtores que conseguirem produzir cafés com bebida de qualidade poderão receber bons prêmios, razão pela qual se reforça a importância da liberação dos recursos para uma melhor administrar da oferta da safra 2012 no mercado.


Atenciosamente,


Silas Brasileiro

Presidente Executivo do CNC

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