Café: secretário de MG defende aumento do orçamento do Funcafé
Belo Horizonte, 6 – O secretário de Estado de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais, Silas Brasileiro, defendeu hoje a recomposição do orçamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Para este ano, o montante proposto para compor o fundo foi de R$ 2,14 bilhões. Porém, R$ 529 milhões foram cortados pelo Ministério do Planejamento na proposta de orçamento encaminhada ao Congresso, o que reduziu o montante para R$ 1,68 bilhão.
Segundo o secretário, desde o ano passado o Tesouro Nacional deixou de cobrir a equalização de juros para operações de crédito dos cafeicultores. A diferença entre as taxas de juros cobradas do produtor e a Selic passou a ser coberta pelo fundo. “O orçamento não é suficiente para gerar superávit primário para cobrir este déficit”, ressalta Brasileiro. Caso não seja possível o aumento do orçamento em R$ 529 milhões, segundo o secretário, o orçamento deveria incluir ao menos R$ 160 milhões que seriam utilizados na equalização. “O ideal seria a recomposição total mas, sem estes recursos (de R$ 160 milhões), não adianta aprovar o orçamento do fundo, porque não teremos como aplicar o total para cobrir a equalização”, diz.
Os produtores já fizeram apelos aos relatores do orçamento no Congresso para incluir o valor na proposta orçamentária. O setor chegou a sugerir a venda de 1 milhão de sacas dos estoques governamentais por R$ 175/saca, o que geraria receita primária para cobrir o déficit. Com a reação de preços do café, a sugestão foi de que a saca poderia ser vendida por R$ 235. “Tenho certeza de que se o relator acolher, o plenário irá aprovar e teremos como fazer chegar recursos nas mãos dos produtores”, acredita.
Brasileiro informou que a proposta de leilões de contratos de opção de venda para enxugar o mercado não é prioridade no momento. “Não há urgência na aprovação dessa proposta, porque os preços reagiram”. Ele avaliou, entretanto que as lideranças têm que unir esforços para que não haja uma corrida para o plantio e evitar a influência dos interesses dos países compradores. “Não é hora para plantio. Os produtores têm que se preocupar em aumentar a produtividade das lavouras”, afirmou.