Demanda por adubo cresce 6,9% no 1º tri

18/04/2012 
  
Por Carine Ferreira | De São Paulo | Valor Econômico


As entregas de fertilizantes para o consumidor final totalizaram 5,301 milhões de toneladas entre janeiro e março, um aumento de 6,9% ante as 4,96 milhões registradas no mesmo período de 2011. Os números são da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Mato Grosso continua na liderança do ranking, com 1,031 milhão de toneladas entregues no 1º trimestre, um crescimento anual de 14,9%. São Paulo, Minas Gerais e Paraná aparecem na sequência.


De acordo com a Anda, há aumento da demanda por fertilizantes nitrogenados, impulsionada principalmente pelas culturas de cana-de-açúcar, algodão, café, milho safrinha e arroz. Já a maior procura por produtos fosfatados se deve às demandas para milho safrinha, algodão e cana. No caso dos produtos com base em potássio, houve uma redução de 1,1% nas entregas do nutriente nos primeiros três meses do ano, tanto nos formulados quanto nas coberturas de elementos simples.


A produção nacional no acumulado de janeiro a março cresceu 1,71% em relação a 2011, para 2,199 milhões de toneladas. Já as importações no mesmo período caíram 27,86%, para 2,999 milhões, ante 4,157 milhões no 1º trimestre de 2011.


E depois de um 1º trimestre de estabilidade, os preços internos dos fertilizantes nitrogenados subiram, em média, 2,6% em abril, na comparação com março, de acordo com levantamento da Scot Consultoria. O preço da ureia agrícola, por exemplo, teve reajuste de 2,8% no período. A tonelada do adubo está cotada a uma média de R$ 1.207 em São Paulo. O valor é 3% maior em relação ao mesmo período de 2011. Desde a segunda quinzena de março, os preços internacionais da ureia subiram 17%.


Rafael Ribeiro de Lima Filho, analista da Scot Consultoria, diz que a pressão nos preços vem principalmente dos Estados Unidos, que deve consumir mais o nutriente nitrogênio em função da maior produção de milho na temporada 2012/13. Lima Filho acredita que o comportamento dos preços nos próximos meses vai depender do ritmo das compras das empresas.


Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), cerca de 70% da demanda por fertilizantes do Estado para o plantio da safra 2012/13 (que vai de setembro a novembro) foi adquirida até o 1º trimestre deste ano, contra 68% no mesmo período de 2011. Historicamente, a aquisição de adubos se concentra no 2º semestre. Daniel Latorraca Ferreira, gestor do Imea, explica que a antecipação ganhou força nas duas últimas safras, reflexo da boa rentabilidade da soja e milho e das relações de troca favoráveis. A conjuntura favorável fez com que parte dos produtores pagasse o custeio com a entrega da soja disponível no momento da compra. Antes, esse pagamento era feito na época da colheita. 

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