13/04/2012
Por Carine Ferreira | De São Paulo | Valor Econômico
“Café de corpo e alma”. Essa é a expressão usada por Liana Baggio Ometto para definir seu negócio. Liana faz parte da quarta geração da família dedicada à cafeicultura. Sua empresa, a Baggio Café, que começou em 2007 a torrar cafés superiores e “gourmet”, tem planos ousados para os próximos anos – entre eles, dobrar o faturamento em 2012 e até triplicar a produção nos próximos dois anos.
Com uma carteira de mais de 500 clientes espalhados pelas diversas regiões do país, a empresa disponibiliza grãos de três importantes regiões produtoras: Sul de Minas Gerais, Mogiana Paulista e Cerrado Mineiro.
Quando entrou no mercado de torrefação, o volume produzido era muito pequeno, inferior a mil quilos por mês. Hoje, a produção é de 10 mil quilos mensais, sendo 1,5 mil de cafés com aromas, 1,5 mil de grãos superiores (com qualidade acima dos tradicionais) e 7 mil quilos de “gourmet”, categoria considerada de altíssima qualidade.
“Não pretendemos crescer muito mais, talvez triplicar a produção com calma e com bons parceiros que valorizem a qualidade e atendimento. Se tudo correr bem, daqui a dois anos vamos chegar a um ponto máximo de produção”, prevê Liana.
A expectativa é dobrar o faturamento em 2012. No ano passado, a receita totalizou cerca de R$ 1,5 milhão. “Sei bem onde quero chegar. É muito trabalho, paixão e dedicação”, diz a empresária.
As previsões de expansão da Baggio Café são embasadas na crescente demanda por cafés de melhor qualidade. Liana acredita que o brasileiro quer cada vez mais conhecer e ter acesso a um produto bom, na esteira do crescimento econômico do país. E que não é só o público da classe A que aprecia os grãos especiais. Além disso, na avaliação dela, existem ainda muitos nichos carentes de um café de qualidade.
Entre as apostas da empresa, está o investimento em cafeterias próprias. Em Araras, interior paulista, onde fica a torrefação, foi inaugurada em fevereiro a primeira cafeteria com a marca Baggio Café. A comercialização atual é de 20 quilos de café na xícara por mês, com a perspectiva também de consolidar as vendas do produto para ser consumido em casa. A empresa pretende abrir, no próximo ano, outra cafeteria na capital paulista, no nobre bairro de Higienópolis.
Outro segmento a ser explorado é a exportação. No início do ano passado, com o apoio de um programa da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), a empresa embarcou cerca de 5 mil quilos para um empresário do Chile, dono de quatro restaurantes. Agora, está tentando fechar mais negócios com o país. E prospecta outros mercados. “É um mercado muito grande para os cafés superiores, um nicho interessante para países com hábito de consumir café solúvel [de menor qualidade]”, pontua.