Audiência busca resolver problemas da produção de café em Rondônia

02/04/2012 
 
Segundo expositores, o estado sofre com escassez de crédito para o financiamento, inexistência de rede de laboratórios de análise de solos, poucas fontes de calcário de qualidade e falta de variedades de café adaptadas à região licenciadas para produção em massa de mudas
 
As razões apontadas, durante audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), para os problemas enfrentados na última década pela cafeicultura em Rondônia são: falta de variedades de café adaptadas à região amazônica e licenciadas para a produção em massa de mudas, inexistência de rede de laboratórios de análise de solos, insuficiência de fontes de calcário de qualidade, falta de assistência técnica e, sobretudo, escassez de crédito para o financiamento de novas plantações.


A reunião, realizada na sexta-feira em Cacoal (RO), foi conduzida pelo presidente da CRA, Acir Gurgacz (PDT-RO), e debateu soluções para a queda na produção de café do estado: de 4 milhões de sacas em 2001, para 1 milhão de sacas em 2011. Gurgacz questionou as razões de Rondônia receber apenas 0,04% dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), visto que a produção do estado representa 5% da nacional.


O diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura, Edilson Martins Alcântara, afirmou que a falta de acesso a financiamentos pelos agricultores, não só de Rondônia como de vários estados, deve-se basicamente a restrições impostas pelos bancos gestores, oficiais ou privados, baseadas em critérios de avaliação de risco.


— O dinheiro do Funcafé não é carimbado por estado. Há recursos, e eles são repassados pelo governo federal para as instituições financeiras. No entanto, os produtores brasileiros de classes C, D e E não entram em bancos — disse.


Uma das soluções propostas por Alcântara seria a instituição de um fundo garantidor de preços mínimos para o café, que poderia dar maior segurança às financeiras.


O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) pediu a ampliação da oferta de crédito, sobretudo por meio dos bancos oficiais. Ele considerou inadmissível o Brasil exportar café a preços baixos para países desenvolvidos e importar deles o produto beneficiado a valores muito mais altos.


Sobre a falta de uma variedade de café licenciada para produção de mudas em viveiros, o chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Rondônia (Embrapa Rondônia), César Augusto Teixeira, comunicou que a Embrapa já deu entrada no processo de registro da primeira planta desenvolvida para cultivo na Amazônia e que ela já alcançou produtividade superior a 110 sacas por hectare. Mais três variedades, acrescentou, devem ser disponibilizadas em três anos.


O secretário de Agricultura e Pecuária de Rondônia, Anselmo de Jesus, informou que o governo estadual está tomando medidas para aumentar tanto a estrutura de laboratórios de análises de solos quanto a oferta de calcário agrícola na região. Segundo ele, uma nova usina de produção de calcário, com capacidade diária de 300 toneladas, deve entrar em funcionamento em breve.
 

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