Café: estoque mundial abastecido e expectativa para colheita da safra
brasileira pressionam cotações e fundamento de menor qualidade do grão deixa de
sustentar cotações internacionais. Apesar da crise, consumo deve continuar
persistente e preços tende a se recuperar no longo prazo.
Estudo da
Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Franca) revela que,
no período de setembro de 2011 a março de 2012, choveu 1.047 mm. Nos últimos 62
anos, a média foi de 1.422 mm. Quem traz esses dados é Anselmo Magno de Paula,
gerente do departamento de comercialização da cooperativa.
De acordo com ele, a safra será boa, mas não ótima. Ela depende de como será
a granação, pois, com a última seca, é possível que o rendimento seja bem menor.
Após o rally do café pelas principais regiões produtoras brasileiras, Anselmo
confirmou essa expectativa: as ofertas seguem apertadas e o consumo crescente.
“Esperamos que, mesmo com crise, o consumo continue persistente”, diz.
Na Bolsa de Nova Iorque, os fundos ditam a tendência para o café, deixando de
lado os fundamentos, que “têm pouca validade no curto prazo”, explica. O grão
depende imensamente de crédito e de grandes clientes como Estados Unidos, Europa
e Japão, os quais passam por desarranjos financeiros.
Porém, a retomada dos preços deve acontecer, considerando o lado fundamental.
Por isso, por enquanto, Anselmo alerta para que os produtores tenham cautela. A
frustração atual não pode trazer desespero a ponto de provocar o efeito manada,
no qual todos decidem por vender. “Não é o fim dos tempos!”, tranqüiliza
Anselmo.
Fonte: Notícias Agrícolas // João Batista Olivi e Fernanda Cruz