Como esperado, as exportações brasileiras de café recuaram com força em janeiro último. Foram embarcadas 2,06 milhões de sacas de 60 kgs., 31% menos que em dezembro e também 26% menos quando comparada a janeiro de 2011. Em ano de safra baixa e sem estoques remanescentes, o volume embarcado pelo Brasil caiu em janeiro, o que deve se repetir nos próximos meses, com volumes mensais abaixo do mês correspondente no ano-safra anterior.
Os lotes de café ainda não comercializados estão em mãos de cafeicultores mais capitalizados, que resistem em vender nas cotações atuais. Esses produtores acreditam que as ofertas recebidas não refletem o quadro de escassez, os riscos e os crescentes custos de produção.
A “guerra” de informações tem favorecido os interessados em manter as cotações represadas. Os fundamentos continuam apontando para um apertado equilíbrio entre produção e consumo mundial, sem perspectivas de recomposição dos estoques mundiais nos próximos anos. Problemas climáticos levando a quedas na produção e embarques de importantes exportadores vão se confirmando. O consumo mundial continua em alta e o intenso frio na Europa é mais um fator de estímulo ao consumo de café.
Ontem as cotações do café em Nova Iorque, na ICE Futures US, caíram com força no final do pregão porque a próxima safra brasileira de café 2012/2013, estimada por um grupo privado em 55 milhões de sacas, dará tranquilidade ao mercado. Este número não é o oficial e um grande número de agrônomos não considera possível chegarmos nele.
Mesmo que este número venha a se confirmar, o que no momento não parece provável, o máximo que o Brasil poderá fazer será repetir o mesmo desempenho que teve no ano passado, quando exportamos 35 milhões e consumimos 19,7 milhões. Como a safra 2013/2014 será de ciclo baixo, portanto menor que a 2012/2013, entraremos nela novamente sem estoques remanescentes e sem condições de atender nossas necessidades de exportação e consumo interno. Se não tivermos problemas climáticos, o melhor quadro que se pode enxergar é o de continuarmos em um precário equilíbrio entre produção e consumo.
O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, informou que no último mês de janeiro foram embarcadas 2.060.933 de sacas de 60 kg de café. Foram 1.827.531 sacas de café arábica e 34.743 sacas de café conillon, totalizando 1.862.274 sacas de café verde, que somadas a 195.431 sacas de solúvel e 3.228 sacas de torrado, totalizaram 2.060.933 sacas de café embarcadas.
Até o dia 9, os embarques de fevereiro estavam em 266.164 sacas de café arábica e 1.000 sacas de café conillon, somando 267.164 sacas de café verde, mais 31.626 sacas de solúvel, contra 223.885 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o dia 9, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 786.127 sacas, contra 436.881 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 3, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 10, caiu nos contratos para entrega em maio próximo, 150 pontos ou US$ 1,98 (R$ 3,41) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 3 a R$ 497,18/saca e hoje, dia 10, a R$ 498,47/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 70 pontos.
Fonte: Escritório Carvalhaes