Sofisticação no agronegócio

20 de janeiro de 2006 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: DCI

O agronegócio continua em alta, mesmo com os problemas climáticos que atingiram parte do País no ano passado e novamente castigam a Região Sul do Brasil neste ano. Ao enfrentar situações de difícil solução como, por exemplo, a febre aftosa e a possível chegada da gripe aviária, o setor continua em busca de soluções competitivas e tecnológicas para se inserir em um mundo cada vez mais globalizado.

Por muito tempo considerado como “primo pobre” da economia brasileira, o setor mostrou nos últimos anos que é estrategicamente de vital importância para o crescimento. Feita essa constatação, que parece irrefutável, o agronegócio exige cada vez mais atenção de todos que nele atuam – iniciativa privada e governo – para que possa se fortalecer e chegar, com todo seu potencial, ao que representa para o futuro do País: um diferencial competitivo de peso em um mercado mundialmente acirrado.

Nesse quadro, são mais do que bem-vindas inovações que ajudem a aumentar o conhecimento do setor. É nesse contexto que se encaixa o estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que mostrou que, apesar de estar abaixo do nível dos últimos cinco anos, a taxa efetiva de câmbio do agronegócio ainda está acima da média da última década. Essa informação não significa que o setor possa ficar tranqüilo em relação ao câmbio, que certamente continua desfavorável para as exportações brasileiras. Mas o dado mostra que as vendas externas do agronegócio ainda podem ser feitas em condições atrativas.

O novo indicador do Cepea, que recebeu o nome de Índice de Taxa Efetiva de Câmbio, vai além da simples comparação entre real e o dólar. Utiliza valores deflacionados para chegar ao valor do real em relação aos dez maiores parceiros comerciais do Brasil.

Como toda inovação, o índice deve ser analisado com atenção e cuidado, para que se aperfeiçoe quando for necessário. Mas representa mais uma medida que pode ajudar o produtor, que está cada vez mais sofisticado – como pode-se demonstrar, entre outras evidências, pela crescente participação no mercado futuro como instrumento de proteção para seus negócios.

É importante ter instrumentos como esses, ainda mais tendo em conta que o agronegócio brasileiro negocia com parceiros do porte de Europa, Estados Unidos, China e Rússia. Trata-se, portanto, de um jogo em que os parceiros (que muitas vezes podem ser considerados adversários) são de grande envergadura e muitas vezes utilizam armas pouco recomendáveis, como os subsídios.

Quanto mais o agronegócio brasileiro se sofisticar, melhor para todos os que nele atuam e para a economia do País. Os indicativos são de que, nesse setor, as coisas estão caminhando na direção correta e que o Brasil tende a, cada vez mais, ter um papel preponderante quando se fala do agronegócio mundial.

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