Tradição ganha requinte

Casas especializadas, oferta de variedades nobres e novas opções fazem crescer o mercado de café no País. De 2009 para 2010, crescimento foi de 3,5%, e tendência continua de alta, segundo especialistas

7 de dezembro de 2011 | Sem comentários Cafeteria Consumo

Tradição ganha requinte
Rio – O tradicional cafezinho da esquina já não é mais o mesmo. Com a forte entrada das máquinas de preparo expresso e a qualificação do profissional — o barista —, o café pode ser consumido quente ou frio e, até mesmo, como drink. O mercado se modificou e se ampliou com a expansão das cafeterias gourmet, inclusive com a entrada de franquias estrangeiras.


O crescimento tem sido significativo e estima-se que hoje existem mais de 2.500 cafeterias no País, sem falar nas redes de padarias. A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) destaca também o aumento do consumo de café entre os brasileiros.


O consumo per capita de 4,81 quilos registrado em 2010, que equivale a quase 81 litros de café por pessoa ano, foi 3,5% maior ao registrado em 2009 (4,65 quilos). Os dados de 2011 são calculados só no início de 2012, mas a expectativa é de alta.


“O segmento de cafés finos e diferenciados, embora represente a menor parte do consumo, continua apresentando taxas de crescimento de 15% a 20% ao ano”, diz Mônica Pinto, coordenadora de Projetos da Abic.


Somente o segmento gourmet, segundo Mônica, correspondeu a algo em torno de 4% do mercado de 2010, impulsionado principalmente pela expansão das cafeterias e casas de café. “Inaugurado no fim de 2009 em Ipanema, o Café Mourthé confirma os dados da associação”, atesta a dona, Olga Mourthé.


Qualidade e variedade impulsionam a demanda


Coordenadora de Projetos da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Mônica Pinto destaca que o café brasileiro passou do estágio de melhoria da qualidade e também cresce em variedade. Segundo ela, a monodose, em sachê ou cápsulas, sucesso em diversos países, vem conquistando os consumidores brasileiros.


Ela conta que Sara Lee, Nespresso, Illycafé e diversas outras empresas estão lançando seus produtos, que combinam máquina e cápsulas, no mercado brasileiro. “Esse movimento começou em 2010 e deverá ganhar corpo no decorrer dos próximos anos”, afirma Mônica.


Dados da entidade confirmam também o crescimento do hábito de se tomar o café fora foi de 307% no período de oito anos. Saltou de 14%, em 2003, para 57% em 2010.


O café coado ou filtrado ainda tem a preferência de 94% dos consumidores. Mas o consumo de café expresso e café gourmet cresceu 21,3%.


Olga Mourthé, dona do Café Mourthé, em Ipanema, é uma das que apostaram nesse mercado, após anos trabalhando na iniciativa privada. “Como já tinha receitas de família, fiz um curso de barista e abri a cafeteria com a minha mãe e irmã”, conta ela, que não se arrepende da decisão.


Já o publicitário Marcelo Fernandes Pinto verificou que faltava um serviço de qualidade na região do Catete e Largo do Machado. Resolveu investir numa padaria de pães finos e um serviço de café para os moradores.
“É hábito do brasileiro, principalmente do carioca. Além da qualidade dos produtos, investimos no atendimento cordial”, afirma o dono do Pão Francês e Cia, na Rua Bento Lisboa.


Coordenadora de Qualidade e Formação do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio (SindRio), Carla Riquet constata que o mercado de cafés finos cresce dia a dia. Um dos indicativos é a procura de jovens pelo curso de barista, profissional que está para o café como o sommelier está para o vinho. “Sem falar nas grandes franquias que se espalharam”, diz Carla.


Detalhes podem ser a razão do sucesso


Local agradável com uma boa bebida, assim pode ser definida uma cafeteria. Mas para entrar no ramo é fundamental conhecer os três mercados: fornecedores de máquinas e produtores de café, consumidores e os concorrentes, até mesmo franquias estrangeiras.


O investidor deve avaliar as vantagens das franquias e de um negócios próprio. Em ambos os casos, o custo pode ficar entre R$ 130 mil a R$ 250, dependendo do tamanho do ponto. Por fim, é aconselhável contratar um bom barista e equipe qualificada, além de adquirir máquina de café.


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<MC1></MC><MC0>SUPERIOR
<MC>Apresenta certa flexibilidade no “blend” (mistura de grãos), podendo ter até 20% da variedade de grão robusta, mais utilizada em cafés solúveis. A torra não é muito escura, e o sabor é suave, mas é mais amargo que o do gourmet
</MC>
<MC0>GOURMET
<MC>É produzido com 100% de grãos do tipo arábica, considerado o mais nobre dos cafés. Produz uma bebida normalmente mais doce, chegando muitas vezes a dispensar o uso de açúcar. O aroma e o sabor podem lembrar cereais torrados, flores, frutas ou achocolatados. São encontrados geralmente em embalagens valvuladas, com mecanismo interno que impede a saída dos gases do café e a entrada de ar. A torra varia de moderadamente clara a moderadamente escura


TIPOS DE CAFÉ


AROMATIZADO
Contém aromatizante de amêndoa, chocolate com trufas, creme irlandês, menta, canela e damasco, entre outros


TRADICIONAL
São os mais comuns. Podem ser formados por diferentes espécies de grãos, a torra geralmente é mais escura, e o gosto não é muito adocicado. O equilíbrio (doçura e amargura) é variável nesse tipo de café


FUNCIONAL
Fazem parte desse grupo os descafeinados, com baixo teor de cafeína


ORGÂNICOS
Produzidos sem uso de agrotóxicos e sem prejudicar o ambiente


INOVADOR
Levam esse título os cafés do tipo cappuccino, “mocaccino” (café quente, com espuma de leite e um bombom de chocolate sem recheio ou tablete de chocolate meio amargo) e o gelado, entre outros


 

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