As exportações brasileiras de café verde atingiram 2,867 milhões de sacas de 60 quilos em outubro, com queda de 6,8% no comparativo com o mesmo mês do ano passado, quando os embarques foram de 3,078 milhões de sacas. Os dados foram divulgados pela Secretária de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A receita com essas vendas externas foi de US$ 826,1 milhões em outubro de 2011, com média diária de US$ 41,3 milhões nos 20 dias úteis do mês. Houve, assim, apesar da queda na quantidade embarcada, incremento de 40,9% em receita no comparativo com outubro de 2010, quando a arrecadação foi de US$ 586,1 milhões. Isso ocorreu porque o preço médio nas exportações de café verde em outubro de 2011 foi de US$ 288,10 por saca, com aumento de 51,3% contra o mesmo período de 2010 (US$ 190,40 por saca).
Levantamento mensal de SAFRAS & Mercado mostrou que os preços do café caíram em reais e em dólares no Brasil em outubro, no comparativo com setembro, à exceção do conillon. A principal explicação para isso está na queda média de 9,4% do café arábica na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures), tomando por base o segundo contrato, observa o analista de SAFRAS, Gil Barabach.
As perdas internacionais do arábica foram compensadas internamente em parte pela valorização do dólar e pela resistência dos produtores, avalia Barabach. A postura dos produtores foi fundamental para a sustentação dos preços, dosando as vendas e, com isso, mantendo a oferta reduzida. “Enfim, o preço interno caiu menos do que a queda observada nos referenciais mundiais”, comentou Barabach.
O arábica de bebida dura tipo 6 do Sul de Minas Gerais terminou outubro cotado em média a R$ 501,80 a saca de 60 quilos, com desvalorização de 3,92% em relação a setembro, quando trocava de mãos a R$ 522,29 a saca. O analista destaca que o patamar psicológico de R$ 500 a saca foi perdido nos últimos movimentos do mês. Em divisa norte-americana esse mesmo café recuou 4,71%, com a saca da bebida negociada a US$ 283,54.
O café arábica Rio tipo 7 da Zona da Mata de Minas Gerais sofreu menos com as perdas externas, recuando 0,82% para ser cotado a R$ 314,65 a saca em outubro. Este grão busca aproximação com bebidas melhores, ainda bastante valorizadas em relação aos demais cafés, avalia Barabach. A procura interna e a fidelidade externa deram suporte para esse movimento de valorização interna do Rio, diz. Em dólar, a bebida Rio trocou de mãos na média a US$ 177,79 a saca, caindo 1,63% em comparação a US$ 180,74 a saca do mês anterior.
Já o conillon tipo 7 no Espírito Santo, na contramão dos demais cafés, subiu bastante, acumulando valorização de 4,16% em reais. Encontrou suporte no dólar, na retranca vendedora e na agressividade da demanda interna, descreve Gil Barabach. O conillon avançou apesar da queda de 9% da LIFFE, bechmark internacional para o robusta. O conillon tipo 7 fechou outubro com média de R$ 234,40 a saca. Em divisa estrangeira, foi vendido a US$ 133,58 a saca, alta de 3,31%.