Nesta semana, o diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério Silva, que ocupa o cargo máximo da cafeicultura no mundo, esteve no gabinete do deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PSC), em Belo Horizonte. Os dois discutiram as possibilidades de se ampliar a comercialização do produto na China, em função da recente ida do parlamentar à Feira Internacional de Café nesse país. “Estamos sempre preocupados com políticas que possam vir a agregar valor ao café e esse ideal em comum nos une, a mim e ao Robério, que muito me honrou com sua visita aqui na Assembleia”, afirmou Arantes, destacando que é sempre muito positivo discutir sobre produção e comercialização de café com quem vivencia o assunto e batalha pelo seu desenvolvimento. “Todos reconhecem seus vastos conhecimentos e experiência profissional no setor ao longo dos anos”, salientou o parlamentar. A OIC é uma organização de países membros destinada a gerenciar a produção e consumo de café. Ela reúne 77 países que representam 97% da produção e cerca de 80% do consumo de café no mundo. A última vez que o Brasil dirigiu a OIC foi em 2000-2002, com Celsiu Lodder. Antes da eleição, o brasileiro José Sette estava interinamente no cargo da entidade, depois da saída antecipada do colombiano Nestor Osório, que foi representar seu país na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Robério Silva foi eleito para mandato de cinco anos (2011 a 2016). A eleição ocorreu na 107ª sessão do Conselho Internacional do Café, em 29 de setembro de 2011, em Londres (Inglaterra). Os outros dois países que buscavam representação na direção da OIC eram o México e a Índia. “O nosso foco no crescimento do setor cafeeiro mundial se dará no contexto dos três pilares da sustentabilidade: econômica, social e ambiental”, afirmou Robério.
Para o diretor executivo da OIC, o Brasil precisa agregar valor ao produto, para que seja possível ganhar mais. Vários países consumidores são também reexportadores de café, mesmo sem produzirem a bebida. A reexportação por países importadores totalizou 39,1 milhoes de sacas em 2010. A liderança é da Alemanha (8,6 milhões de sacas), seguida pela Bélgica (3,5 milhões), Estados Unidos (2,6 milhões e Itália (1,8 milhão).
Lideranças da cafeicultura, como o presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (Cooparaiso), Carlos Melles, defendem que o “Brasil precisa sentar-se na cabeceira da mesa de decisões do café, pois é o maior produtor, maior exportador e segundo maior consumidor do mundo. “Com parceiros como o secretário Melles, o govenador Anastasia e agora com a eleição do Robério para a direção da OIC, temos esperanças de novos avanços para a cafeicultura”, expôs Arantes.
Robério Silva é economista, formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, executivo com 18 anos de experiência no mercado internacional e sete anos no governo federal. Já desempenhou atividades nos Ministérios da Agricultura, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fazenda e Gabinete Civil da Presidência da República. Ocupa hoje a direção do Departamento do Café do Ministério da Agricultura e esteve à frente do cargo em momento de conquistas para a cafeicultura brasileira, com a melhoria dos preços no mercado internacional e a retomada do prestígio do café brasileiro junto aos torrefadores internacionais.