Sepetiba Tecon embarcará café para a Tristão

Por: BRUNO VILLAS BÔAS DO JORNAL DO COMMERCIO

O Sepetiba Tecon, terminal de contêineres do Porto de Sepetiba (RJ), passará a embarcar anualmente de 1 milhão a 1,4 milhão de sacas de café verde (em grãos) da trading Tristão Companhia de Comércio Exterior, maior exportadora do produto no Brasil. O volume representa 6,2% das exportações brasileiras de café em grãos, que encerrou 2005 com embarque de 22,58 milhões de sacas. O contrato prevê a concessão de galpão do terminal para a trading capixaba, que investirá R$ 3 milhões em silos e equipamentos. Segundo o diretor comercial do terminal, Thomas Rittscher, os ganhos para o Grupo Tristão serão principalmente em logística. Ele explicou que o Porto de Sepetiba está mais próximo de Minas Gerais, onde existem centros produtores de café como a cidade de Varginha e a região da Zona da Mata. “O porto mais próximo para o escoamento dessa produção é o de Sepetiba. O Porto de Santos é o maior do Brasil em embarques desse produto, mas queremos mudar isso”, afirmou o diretor. Os acertos passam para o Grupo Tristão a administração do galpão por período de 10 anos. A empresa será obrigada a movimentar pelo terminal 70% de sua carga de café embarcada no estado do Rio de Janeiro. A maior parte das exportações da trading ocorre pelos dois terminais de contêineres do Porto do Rio, de onde o café segue em contêineres para a União Européia (60% do total), dos Estados Unidos (20%), Japão e América do Sul (20%). No total, o Grupo Tristão movimenta em média 2 milhões de sacas de café verde por ano, o equivalente a 6 mil contêineres. Segundo informou o presidente do Grupo Tristão, Sérgio Tristão, a nova operação no Porto de Sepetiba deve ser iniciada no final de fevereiro, com embarque de 250 a 350 contêineres por mês. A empresa não possui fazendas próprias, mas armazéns e unidades de café solúvel, torrado e moído. Ela conta ainda com uma fábrica de café solúvel Real Café, que tem capacidade de processar 10 mil toneladas por ano, perdendo apenas para a Nestlé, Cacique e Iguaçu.


Carga em grãos será centralizada

Tristão explicou que os investimentos do grupo em Sepetiba levarão a empresa a centralizar toda a carga de café em grãos no terminal contratado para embarques. “Poderemos utilizar, eventualmente, o Porto do Rio em caso de não haver navios disponíveis em Sepetiba para os destinos desejados. Teremos nossa própria administração, o que será muito positivo para ganhos de custo operacional. Nós vamos fazer todo o preparo do contêiner dentro do galpão e o terminal será responsável unicamente pelo embarque”, disse o executibo, lembrando que a carga chegará por caminhão ao Porto de Sepetiba. As exportações brasileiras de café renderam ao País US$ 2,9 bilhões em 2005. Trata-se de um aumento de 43,8% em relação ao ano anterior, quando a receita cambial ficou pouco acima de US$ 2 bilhões. O resultado é o melhor desde 1997 e o segundo mais expressivo dos últimos 25 anos. Os números são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

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