Espaçamento entre mudas aumenta longevidade das lavouras de café

25/08/2011 – Pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) comprovaram a necessidade de o produtor de café utilizar o espaçamento correto no plantio das mudas. Segundo o pesquisador Tumoru Sera, isso afeta diretamente a produtividade da planta, o custo dos insumos e até a longevidade da lavoura. Este é um dos resultados de pesquisa que o Iapar apresenta no VII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, que acontece nesta semana em Araxá (MG).


De acordo com Sera, o espaçamento de meio metro entre cultivares nacionais de café usadas no experimento trouxe ganhos significativos com poucos gastos. “Custa em torno de R$ 80 por hectare a distância certa entre as plantas. Por outro lado, a técnica errada pode trazer prejuízos de R$ 8 mil ano/hectare”.


Para Tumoru, existem poucas pesquisas que comprovam o quanto o espaçamento interfere na produtividade. Ele lembra como os custos são determinantes para qualquer propriedade rural. “Quando o preço da saca está bom, como agora, pouca gente se atenta para o uso de determinada tecnologia e o produtor acaba deixando de lado esse aspecto, o que impacta em baixa produtividade. Mas nem sempre as condições são favoráveis”, diz.


O pesquisador traz outro número relevante para a cafeicultura brasileira: “Uma área de 50 hectares adensada e mecanizada pode ter o mesmo custo de 200 hectares no espaçamento convencional. Se levarmos em conta que boa parte das propriedades produtoras de café brasileiras está nas mãos de pequenos agricultores, principalmente em estados como o Paraná, é importantíssimo produzirmos mais em menos espaço”.


Tumoru lembra que a agricultura em todo o mundo caminha rumo ao aumento de produtividade com área menor, daí a necessidade de usar tecnologias mais apropriadas. “O que está acontecendo hoje é que 70% das cultivares que levaram 30 anos para ser desenvolvidas estão sendo ‘queimadas’ em cinco. Em pouco tempo, a planta fica fraca e sem condições de render mais porque o espaçamento não é o mais adequado, seja na linha ou na entrelinha”. Para ele, o agricultor não pode prescindir da tecnologia correta se quiser se manter na atividade.

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