DERRIÇADEIRA DE CAFÉ – Equipamento simples melhora condições de trabalho no campo

Por: Jornal Nacional

Jornal Nacional
16/08/2011
 


Derriçadeira de café - Equipamento simples melhora condições de trabalho no campo

 
Para os brasileiros que trabalham no campo, o
momento é de adaptação a novidades. O Jornal Nacional já mostrou a necessidade
de aprimoramento de trabalhadores que, de repente, se viram obrigados a usar
máquinas modernas e mais sofisticadas. E agora, um equipamento bem simples é
elogiado tanto por produtores rurais quanto pelos
trabalhadores.
 
Nas mãos dos agricultores está o equipamento que faz
os galhos vibrarem, considerado uma revolução na colheita de café pelo interior
do Brasil.
 
“A máquina vibra os galhos e chacoalha, e faz os grãos
de café caírem no chão”, explica o apanhador de café Celso Antonio
Guimarães.
 
Comparado com a colheita manual, o trabalho feito com a
derriçadora rende mais. “O trabalhador rural, com a mão, colhe por dia dez
medidas. Com a máquina, vai colher 15 ou 20”, compara o presidente do Sindicato
de Produtores Rurais, Arnaldo Botrel Reis.
 
É uma vantagem para o
produtor e para o empregado. Com o preço do café em alta, o salário do
trabalhador também está melhor. Quem colhe com as mãos recebe em média R$ 1,5
mil por mês. Já com o uso do equipamento, o salário mensal chega a R$ 4,6
mil.
 
Celso Guimarães colhe café há 15 anos. Desde que começou a
usar o equipamento, mudou de vida. “Comprei TV, DVD, fogão, cama, carro e paguei
as dívidas”, lista.
 
O coordenador do Sindicato dos Empregados
Rurais do Sul de Minas, Paulo Sebastião, destaca que essa tecnologia não
substitui o trabalhador. Ao contrário, melhora a condição de trabalho.
“Facilitou bastante, incluindo na questão da saúde e segurança do trabalhador
que utiliza esse mecanismo”, aponta.
 
O equipamento custa cerca de
R$ 1,8 mil e, durante a safra, alguns apanhadores conseguem pagar em menos de
três meses.
 
De acordo com o Sindicato dos Produtores Rurais de
Varginha, mais da metade dos colhedores de café tem a própria máquina. A melhor
condição de trabalho aliada à renda tem trazido a mão de obra de volta para o
campo. Muitos trabalhadores que haviam migrado para a construção civil em busca
de salários mais altos retornaram para a lavoura.
 
“Tem mais
rendimento e ganho durante o dia, a semana e o mês. Isso atrai a mão de obra de
outros setores”, acrescenta Arnaldo Botrel Reis.
 
Para o apanhador
Vanderlei Donelli, a tecnologia vai transformar a colheita do café para sempre.
“Acredito que em dois anos não vai mais haver colheita de café manual”,
conclui.
 
De acordo com o pesquisador da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Ricardo Inamasu, o projeto da derriçadeira, ou
derriçadora, foi desenvolvido em uma parceira da Embrapa com a Cooperativa
Regional de Cafeicultores de Guaxupé, no sul Minas. Hoje, o equipamento é
fabricado por várias empresas.

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