CAFÉ: COMERCIALIZAÇÃO DA SAFRA 2011 DO BRASIL ESTÁ EM 35%

A comercialização da safra de café do Brasil 2011/12 (julho/junho) fechou o mês de julho em 35% do total. O dado faz parte de levantamento de SAFRAS & Mercado, com base em informações colhidas até 31 de julho. Com isso, já foram comercializadas pelos produtores brasileiros 16,77 milhões de sacas de 60 quilos de café, tomando-se por base a projeção de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2011/12 de café brasileira de 47,7 milhões de sacas.     A comercialização está acima de igual período do ano passado, quando 34% da então safra 2010/11 estava negociada.     

O analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, destaca que a colheita da safra 2011/12 entra em sua reta final, sem apresentar grandes percalços. A maturação mais uniforme facilita os trabalhos e favorece a qualidade da bebida, que tem se mostrado muito boa. Observa-se alguma frustração regional, diante do desapontamento dos produtores com resultado final do volume produzido, comenta Barabach.    

Já o fluxo comercial esteve acirrado, em especial nos primeiros dois terços de julho, onde o produtor acelerava a venda para aproveitar o preço mais alto. Antecipou-se ao efeito da entrada de safra. Agora, com a oferta de café novo dominante no mercado os ânimos se acalmaram, diminuindo o interesse de venda?, avalia o analista. A volatilidade externa e as dúvidas em relação ao volume final da safra e, principalmente, os efeitos da geada sobre a produção contribuíram com essa postura mais comedida nos negócios, pondera Barabach.      Pouco a pouco, coloca o analista, o produtor continua fazendo suas negociações, seja para fazer caixa e cobrir para despesa com  colheita ou mesmo para fixar uma média de preço. ?É bom lembrar que o arábica de bebida dura tipo 6 no Sul de Minas é negociado, atualmente, em torno de R$ 450 a saca de 60 quilos, cerca de 44% acima de igual período do ano passado, quando a saca desse mesmo café trocava de mãos a R$ 312 a saca?, relembra.     

O mercado segue bastante positivo, especialmente para uma entrada de safra. E isso resulta em um produtor menos afoito na hora da venda, afirma Gil Barabach. Além disso, a boa comercialização da safra passada capitalizou os produtores, que mais tranquilos, podem trabalhar mais sua estratégia comercial. ?Isso tudo explica a cadência da venda, o que resulta em um menor peso da oferta sobre os preços. É bom lembrar que, mesmo assim, o percentual de comercialização andou bem no último mês de julho, com produtores aproveitando as cotações de transição entre as safras?, analisa.    

Para Barabach, deve haver alguns gargalos de mercado pela frente. Assim, alerta ao cafeicultor que tenha atenção às floradas no Brasil e seus efeitos sobre o mercado, bem como, ?cuidado com o avanço da oferta de café novo dos nossos principais concorrentes a partir de outubro?. E isso sem falar na insegurança financeira que bate a porta e pode trazer mais surpresas pela frente.     

Apesar da insegurança que cerca os mercados, recomenda ao produtor que mantenha a calma e sem afobação siga com a estratégia de escalonar vendas, buscando aproveitar repiques, seja em bolsa ou câmbio, para ir se posicionando. ?E isso também vale, lógico que com menor intensidade, para posições com safra 2012. Vale a pena começar a pensar nisso, como forma de diluir riscos futuros. As dúvidas em relação aos efeitos da geada tendem a se dissolver ao longo das próximas semanas, facilitando a tomada de decisão?, conclui.

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