15/07/2011
As exportações do agronegócio continuam em ritmo acelerado, mas as importações, embora com gastos bem menores, crescem em patamares ainda maiores. De janeiro a junho deste ano, as exportações do setor renderam US$ 43,2 bilhões, 23% mais do que no primeiro semestre de 2010.
As importações, no entanto, subiram para US$ 8,4 bilhões, com aumento de 37%, conforme dados do Ministério da Agricultura.
Os números do primeiro semestre mantêm os mesmos líderes de sempre no topo da lista, mas apontam novos produtos. Um deles é o trigo, cujas exportações do semestre superaram as importações, apesar da dependência externa do país no abastecimento desse cereal.
As exportações somaram US$ 1,7 bilhão, 137% mais do que as de igual período de 2010. Outro destaque foi o café, produto que, devido ao aumento de volume exportado e aos bons preços internacionais, trouxe US$ 4 bilhões de janeiro a junho, 74% mais do que em igual período de 2010.
O líder em receitas neste ano continua sendo o complexo soja (grãos, farelo e óleo de soja), cujas exportações renderam US$ 12,7 bilhões, 33% mais do que no ano passado.
As carnes, incluindo frango, bovina e suína, somaram US$ 7,6 bilhões, com aumento de 18% em relação aos valores de janeiro a junho do ano passado. O Ministério da Agricultura destaca, ainda, o desempenho do setor de chá e de especiarias, que soma US$ 120 milhões em receitas obtidas no ano, 52% mais do que no primeiro semestre de 2010.
ALGODÃO – O preço do algodão tem queda com a mesma rapidez com que subiu. Ainda é razoável, mas o custo – que subiu com o produto – não deve desacelerar no mesmo ritmo, diz Sergio Pitt, produtor do oeste baiano. O cenário já não é tão bom como o que se apresentava na entressafra, diz ele. A arroba, que superou US$ 2 por libra-peso, está a US$ 1.
AGRONEGÓCIO – Os novos papéis de captação de recursos privados colocados à disposição do agronegócio mantêm forte evolução. O estoque de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegó-cio) cresceu 1.235% nos últimos 12 meses na Cetip. O volume foi de R$ 25,2 milhões, em junho do ano passado, para R$ 337 milhões neste ano.
O governo vai prorrogar as dívidas de produtores de arroz e dos suinocultores que contraíram débitos de custeio, investimento e EGF (Empréstimo do Governo Federal) na safra 2010/2011. A decisão será tomada hoje em reunião extraordinária do CMN (Conselho Monetário Nacional).
O produtor vai pagar 20% do valor tomado, e o restante será dividido em quatro parcelas anuais. Quem contraiu dívidas de EGF pagará 50% agora e os outros 50% restantes serão divididos em dois anos. As dívidas de investimento e de custeio prorrogado ganham mais um ano após o vencimento da última parcela.
A produção de milho neste período de inverno recua para 20,3 milhões de toneladas, 2 milhões abaixo da estimativa anterior. Os dados são da Safras & Mercado.