31-12-2005
Amendoim, feijão e milho iniciam agora em fevereiro a safra de verão e devem fazer algumas contratações, mas a grande expectativa do setor agrícola para o próximo ano é mesmo a cultura de café, que deve antecipar colheita para abril e recuperar valor de mercado. Com queda de 20% na área plantada nos últimos dois anos, o café ainda continua sendo a maior cultura da região e atinge 24 mil hectares, conforme pesquisa do Escritório de Defesa Rural, e a expectativa é um aumento de 20% na produção para 2006. Para o secretário municipal de Agricultura, Roberto Marconato, a safra do primeiro semestre deve encontrar um preço maior da saca e remunerar melhor a mão-de-obra contratada. “A safra de café deve ser antecipada para abril e a expectativa é ser bem melhor que este ano, com mais contratações”, concorda o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Elias David. Segundo ele, a cultura do café ainda continua sendo a maior empregadora de mão-de-obra na agricultura regional, atraindo inclusive gente de outros estados, como norte do Paraná. Tem a vantagem de ter duas safras anuais, o que ajuda a manter empregos. Segundo o sindicato, são mais de 4.000 trabalhadores rurais na região. Além do café, a safra de milho é outra aposta positiva do setor para o próximo ano. Em 2005, segundo o EDR, a cultura apresentou aumento de 30% na área plantada nos 12 municípios. Levantamento foi feito em novembro e mostrou que a cultura do amendoim é a terceira na regiao com 3,4 mil hectares plantados. Passou a soja, que perdeu em dois anos cerca de 50% da área. Para Marconato, um dos motivos de perda de produção de soja é a queda da cotação do dólar, que prejudicou produtores. “No início do anos eles (produtores) compraram insumos e defensivos com dólar a R$ 3,00. Na hora de vender, o dólar estava R$ 2,25 mais ou menos”, argumenta. Marconato considera que este ano não foi bom para a agricultura, mesmo com algumas culturas tendo ganho de área. O maior problema, diz, foi a descapitalização do produtor. Para isso, cobra mais investimentos do governo e disse que é preciso incentivar ainda mais a diversificação das culturas na regiao. “É essa diversificação que garante a estabilidade”, fala.
PERSPECTIVAS – Expectativa é um aumento de 20% na produção para 2006, conforme pesquisa do EDR