Cotação da saca não preocupa cafeicultores de Minas Gerais

Setor passa por um bom momento, com valor da saca em R$ 500

(03/06) 
 
Marcelo Lara | Patrocínio MG


A colheita do café está começando e, pela primeira vez em muitos anos, os produtores não estão preocupados com a cotação da saca. Eles estão conseguindo planejar com cautela, na certeza que vão ter renda e as dúvidas ficam para o futuro, sobre quantas safras ainda permanecerão com bons preços. Nesta sexta, dia 3, em Patrocínio (MG), foi realizado um fórum que discutiu o mercado e a política do café.


A região do Cerrado mineiro responde por 8% da safra nacional de café. A colheita que está iniciando vai ter uma produção 30% menor do que no ano passado devido à bianualidade da cultura. Os produtores devem colher pouco mais de quatro milhões de sacas. No entanto, a cafeicultura passa por um bom momento, definido pelo valor da saca de 60 quilos, que se mantém em R$ 500. Um dos principais motivos é a lei da oferta e da procura funcionando e aumentou a demanda por cafés especiais. Agora os produtores calculam até quando segue esse período.


– Nós temos uma estabilidade até 2014 quando provavelmente devera haver aumento de oferta novamente. Mas o produtor está mais cauteloso e é importante lembra que tem que reestruturar a propriedade melhorar o seu maquinário ficar mais competitiva porque depois da bonança volta a tempestade – declarou o presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Francisco Sérgio de Assis.


Com os produtores remunerados, o reflexo é imediato na economia dos municípios que dependem da produção cafeeira.


– O nosso município é o carro chefe do café e, eu sempre digo, quando o café vai bem aqui na nossa região todos os setores também vão – disse o presidente da Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio (Acarpa), Marcelo Queiroz.
No centro de excelência do café, em Patrocínio, antes de começar o fórum sobre mercado e política para o setor, as lideranças fizeram o plantio simbólico de uma árvore, é o tema do momento o código florestal que está mexendo com a sociedade.


– Estamos plantando até árvores também porque uma conotação de que é possível preservar o meio ambiente, e é possível o Brasil plantar produzir gera empregos – falou o deputado federal (PMDB – MG), Paulo Piau.


No fórum, a análise sobre porque os preços subiram tão rapidamente é de que
Um dos maiores exportadores do país, Sérgio Tristão, analisou durante o fórum, que a rápida alta dos preços para o produtor foi boa, mas para o comerciante ficou difícil operar com esta cotação e culpa os agentes financeiros que aplicaram em fundos de investimento e anteciparam esta alta antes do consumo ser consolidado. Ele espera que este momento de euforia não tenha efeitos colaterais.


– Eu acho que a gente acordar alguns gigantes adormecidos por exemplo a China cresce muito em consumo. E eu estive na Europa visitando clientes e tomei café chinês. Ele vai consumir muito mas não vai ficar parado vendo este patamar de preços sem ter contrapartida de produção – disse Tristão.

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