03/06/2011 07h19 – Atualizado em 03/06/2011 07h20
Em São Gabriel da
Palha, trabalho segue em ritmo lento.
Atraso provoca prejuízo para o bolso
do produtor.
Do Globo Rural
imprimir Anailton Alves saiu do sul da
Bahia pela primeira vez para trabalhar na colheita do café conilon no Espírito
Santo. Esse tipo de exemplo é raridade no estado. Está difícil encontrar mão de
obra.
Os trabalhadores de Minas Gerais e da Bahia, que procuram ocupação nas
lavouras capixabas, este ano quase não apareceram. Na Cooperativa Agrária de
Cafeicultores de São Gabriel da Palha, a Cooabriel, ninguém procurou trabalho
até agora. “Estes estados passaram a plantar café também nas divisas. O povo
daqui, principalmente a juventude, está preferindo trabalhar em fábricas de
roupas. Está muito difícil encontrar quem queira trabalhar na lavoura”, explica
Antônio Joaquim Neto, presidente da cooperativa.
Para não prejudicar a safra, alguns donos de propriedades levam ônibus até a
Bahia para buscar trabalhadores com todas as despesas pagas. Mas nem todo mundo
pode investir tanto e aí o jeito e ficar sem mão de obra.
Com a falta de trabalhadores, o café está passando da hora de ser colhido. Os
grãos estão secos e a broca aparecendo, um inseto difícil de ver a olho nu, que
causa um estrago grande. Ele se alimenta dos grãos e compromete a colheita. “Vai
ficar grão para trás, tanto no pé quanto no solo, e no próximo ano teremos que
entrar com controle da broca mais cedo porque o foco vai ficar de um ano para o
outro”, explica o agrônomo João Luís Perini.