02/06/2011
Tomas Okuda | Agência Estado
A produção de café arábica da Colômbia, a segunda maior do mundo, atrás apenas da brasileira, deve alcançar 10 milhões de sacas este ano, em comparação às 9,5 milhões de sacas de 2010. De acordo com gerente técnico Ricardo Villaveces Pardo, da Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia (Fedecafe), a produção colombiana está em recuperação, depois do recorde de baixa ocorrido em 2009, quando foram produzidas apenas 7,8 milhões de sacas. “O clima tem sido favorável e a renovação dos cafezais também contribui para aumentar a produção”, informa.
Durante sua palestra no Fórum do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o 4º Fórum Coffee & Dinner, em São Paulo, Villaveces Pardo explicou que 2009 foi o ano da “tormenta perfeita” para o setor na Colômbia. Os cafeicultores, que vinham de anos de acúmulo de baixas cotações internacionais, tiveram de enfrentar condições climáticas desfavoráveis, “com volume de chuva 40% acima do normal”. Além disso, a insegurança dos produtores no campo era grande por causa da ação de paramilitares. Com baixo preço, o cafeicultor aplicou menos fertilizantes na lavoura.
O governo, no entanto, reagiu, promovendo uma recuperação ‘social’ da cafeicultura, lançando programa de erradicação da pobreza nas áreas com café; levando democracia ao campo e consolidando o grão como ‘locomotiva’ do agronegócio. O programa considerou, ainda, a renovação de 130 mil hectares de cafezais em cinco anos, de um total nacional de 914 mil hectares ocupados com a cultura.
A Colômbia pretende melhorar as condições de controle sanitário das lavouras, além de utilizar variedades de alta qualidade. Outra iniciativa é promover o retorno dos produtores que abandonaram o campo por falta de segurança. “Queremos uma cafeicultura tecnificada, jovem, com menos risco fitossanitário”, declarou Villaveces.
O café representa 16% do PIB agrícola da Colômbia. O produto é cultivado por cerca de 553 mil agricultores, dos quais 95% tem menos de 5 hectares.