As cotações do café no mercado internacional devem seguir a alta apresentada este ano. Mesmo com a possibilidade de superávit de até 4 milhões de sacas, o mercado não estima um cenário de queda dos preços. No mais recente relatório da Organização Internac
As cotações do café no mercado
internacional devem seguir a alta apresentada este ano. Mesmo com a
possibilidade de superávit de até 4 milhões de sacas, o mercado não estima um
cenário de queda dos preços. No mais recente relatório da Organização
Internacional do Café (OIC), a produção mundial de café na safra 2006/07 deverá
variar entre 118 milhões de sacas e 122 milhões de sacas, enquanto o consumo
será de 118 milhões de sacas. Especialistas no setor afirmam que a possibilidade
de ocorrer esse saldo não será suficiente para reverter o atual quadro, pois
representa menos de 4% da produção e do consumo.
Mas representantes do
setor ressaltam que a safra brasileira pode ter problemas decorrentes do
inverno, e parte dos estoques mundiais pode estar comprometida com pagamento de
dívidas. Além disso, o consumo mundial cresce a uma taxa de 1,5% ao ano.
Analistas de mercado afirmam que a tendência é de elevação dos preços a partir
dos próximos 12 meses, influenciada ainda pela safra 2007/08, menor que a
2006/07 devido à bianualidade do café.
O mercado aguarda o levantamento
sobre os estoques nos países exportadores na safra 2005/06. No período 2004/05,
os estoques estão projetados em cerca de 28,71 milhões de sacas (menos 28,71% em
relação ao período anterior, que eram de 40,27 milhões de sacas). Há muitas
indicações de que os estoques vão abrir o período 2005/06 com significativa
redução, em virtude de problemas climáticos no México e na América Central. Além
disso, a produção apresentou recuo importante em alguns países exportadores,
como Brasil e Vietnã.
Os preços do café mantiveram tendência de alta em
dezembro. Desde o início do mês, a valorização do café bica corrida arábica duro
tipo 6, negociado no Sul de Minas, já chega a 10%. No último dia 27, o produto
era vendido a R$ 265 a saca, ante R$ 240 em 1º de dezembro. Atualmente há poucos
produtores com café à venda no mercado interno. Outro fator que pode provocar
cotações mais elevadas a curto prazo é a estimativa de produção do Departamento
de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a safra 2005/06. O USDA projeta
uma queda de 7%, para uma produção de 113,2 milhões de sacas.
Produção brasileira de
café na safra 06/07 deve ser até 32% maior
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou em seu mais recente
relatório, divulgado no início de dezembro, que a produção de café no país deve
ficar entre 40,43 a 43,58 milhões de sacas na safra que se inicia. Comparando-se
à safra 2005/2006, que fechou em 32,94 milhões de sacas, o resultado apresenta
um aumento entre 7,49 a 10,64 mil sacas a mais, ou um crescimento entre 22,7% a
32,3%.
Isso se deve às condições climáticas favoráveis, à melhoria dos
tratos culturais, podas, desbrotas e ao controle fitossanitário, impulsionado
pela melhoria dos preços de mercado a partir do segundo semestre de 2005. No
caso do café arábica, que tem produção estimada entre 30,50 e 33,53 milhões de
sacas e participação de 76,2% da colheita total no país, o tipo apresenta um
aumento entre 28% a 40,8% ou 6,68 a 9,71 milhões de sacas a mais, em relação a
2005/2006.
Já no caso do café robusta (conilon), com produção entre 9,94
e 10,05 milhões de sacas, o aumento previsto é de 811 a 923 mil sacas a mais, ou
8,9% a 10,1% sobre a safra anterior, que foi de 9,13 milhões de sacas. Esse
resultado é creditado também às condições climáticas favoráveis, principalmente
no Espírito Santo, maior estado produtor nacional. A pesquisa de campo foi
realizada por 258 técnicos da Conab e de órgãos conveniados nesse trabalho, no
período de 7 a 30 de novembro, nos principais estados
produtores.