A Cafeicultura Capixaba – ES

27 de dezembro de 2005 | Sem comentários Origens Cafeeiras Produção
Por: Cetcaf.com.br

BREVE HISTÓRICO DO CAFÉ ARÁBICA NO ESPÍRITO SANTO



A cafeicultura de arábica no Estado do Espírito Santo teve seu início na segunda década do século XIX, consolidando-se como importante elo da economia capixaba a partir de 1850 com o advento da imigração italiana e alemã.

Inicialmente plantada no sul do Estado e região centro serrana, a partir de 1920 expandiu-se também para o norte do Rio Doce, ocupando áreas recém desbravadas da Mata Atlântica..

Até o ano de 1962, o café arábica foi o senhor absoluto da economia estadual ocupando mais de 500 mil hectares.

A partir dessa época, os solos com café começaram a apresentar sinais de exaustão que foram agravados com o surgimento da “ferrugem”, doença até então inexistente em território brasileiro.

No bojo desta imensa crise setorial, o Governo Federal lançou o plano de erradicação dos cafezais que acabou atingindo 53% da área de café no Espírito Santo (1962 – 1970).

A partir daí, o plano de revigoramento dos cafezais passou, paulatinamente, à implantação de uma cafeicultura moderna de arábica, que acabou confinada à região de montanhas.

Para as regiões abaixo de 400 metros surgiu a cafeicultura de conilon.


BREVE HISTÓRICO DO CONILON NO ESPÍRITO SANTO

Com o advento do Plano de Erradicação dos cafezais levado a termo pelo Governo Federal, o Estado do Espírito Santo viu reduzida sua área plantada com café em 53 %, com graves reflexos sociais e econômicos.

Nesta época a maioria esmagadora das lavouras de café, em todo o Estado, era de café arábica. Na impossibilidade de replantá-lo, eis que surge como alternativa o café conilon / robusta, que naquela época possuía pequena lavoura implantada na Fazenda Monte Líbano, em Cachoeiro de Itapemirim, pelo Governo Estadual de Jerônimo Monteiro (1912 – 1916).

As primeiras sementes de conilon, provenientes de Cachoeiro de Itapemirim, foram levadas para a Escola Agrotécnica Federal de Santa Teresa. Posteriormente foram levadas, tanto de Cachoeiro de Itapemirim como de Santa Teresa, para São Gabriel da Palha pelo Sr. Ernesto Caetano e plantadas nas propriedades dos Srs. Moisés Colombi e Arcanjo Lorenzoni.

Tendo como Prefeito Municipal o Dr. Dário Martinelli e extensionista da antiga ACARES o Eng. Agrº Ailton Vargas de Souza, em 1971 iniciou-se os plantios comerciais de conilon com sementes das propriedades acima mencionadas e em pouco tempo o conilon, apesar de toda resistência oficial para o seu plantio, começou a ocupar os espaços deixados pelo arábica, trazendo esperança a uma região desolada. É importante mencionar-se a continuidade e o aprofundamento dos trabalhos de expanção do plantio com o apoio do Prefeito Eduardo Glazar sucessor do Dr. Dário Martinelli.

Na esteira desse crescente avanço surgiu o vigoroso empreendimento da REAL CAFÉ SOLÚVEL que veio consolidar em definitivo a presença do conilon em terras capixabas.

Posteriormente, com a significativa evolução da cafeicultura de conilon, o IBC, através do Eng. Agrº Adelso José Paulino, iniciou pesquisas para introdução da reprodução vegetativa (estacas) com resultados extremamente satisfatórios, dando ensejo para o surgimento da Verdebrás Biotecnologia que, com o arrojo dos irmãos Vanderlino Bastos e Eumail de Medeiros Bastos, iniciou a produção comercial das mudas clonais, ensejando o surgimento de verdadeira revolução tecnológica do setor.

Em seguida, a então EMCAPA, com seus pesquisadores, iniciou a seleção dos melhores materiais genéticos em todo o norte do Estado culminando com o lançamento de variedades clonais aptas a altas produtividades e de maturação diferenciada.


POSIÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

É o 2º maior produtor de café do Brasil, com cerca de 25% da produção nacional.

Os cafés de montanha do Espírito Santo, hoje, ocupam destaque em termos de qualidade de bebida, deixando de ser apenas produtor de bebida “rio zona”. Hoje, mais de 30% dos cafés arábica do Espírito Santo são de bebida “dura para melhor”.

Na área do conilon, já trabalhamos, mas estamos para definição de um padrão de bebida para o conilon, que vem tendo uma significativa melhoria de qualidade.


DESTINO DOS CAFÉS DO ESPÍRITO SANTO

ARÁBICA:

70% – Exportado
30% – Mercado interno


CONILON:

30% – Exportado
70% – Mercado interno


PRINCIPAIS DESTINOS:

Estados Unidos
Eslovênia
Alemanha
Países da Região do Mediterrâneo
Argentina

CARACTERIZAÇÃO DO PARQUE CAFEEIRO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

TOTAL DE PROPRIEDADES RURAIS: 82.400
PARTICIPAÇÃO DE PROPRIEDADES COM CAFÉ : 68,16%




 


  1 – PROPORÇÃO ARÁBICA/CONILON  





















ESPÉCIE


PROPRIEDADES COM CAFÉ


PARTICIPAÇÃO(%)


ARÁBICA


22.713


40,43


CONILON


33.456


59,57


TOTAL


56.169


100,00

FONTE:  CETCAF (1999)

  2 – TAMANHO MÉDIO DAS LAVOURAS DE CAFÉ (ARÁBICA E CONILON)


























ESPÉCIE


 


ÁREA(ha)


PROPRIEDADES COM CAFÉ


ÁREA MÉDIA (ha)


ARÁBICA


197.110


22.713


8,65


CONILON


329.700


33.456


9,85


TOTAL


526.810


56.169


9,37

FONTE:  CETCAF (1999)  

3 –  EVOLUÇÃO DO PARQUE CAFEEIRO







































ESPÉCIE


IDADE DO PARQUE CAFEEIRO


ÁREA (ha)


Nº COVAS


DENSIDADE(P/ha)


PARTIC. (%)


ARÁBICA


Até 01 ano


De 01 a 2,5 anos


Em Produção


14.500


  20.850


161.760


46.700.000


59.200.000


280.000.000


3.220


2.839


1.730


7,35


10,57


82,08


TOTAL


197.110


385.900.000


1.958


100,00


CONILON


Até 01 ano


De 01 a 2,5 anos


Em Produção


18.900


21.600


289.200


39.520.000


43.670.000


465.900.000


2.091


2.021


1.611


5,74


6,44


87,72


TOTAL


329.700


549.090.000


1.665


100,00

FONTE: CETCAF 

4 – SAFRAS  DE  CAFÉ


















SAFRA 

PRODUÇÃO  (Sacas de 60 kg) 

CONILON 

ARÁBICA 

TOTAL 

1992 

1993 

1994 

1995 

1996 

1997 

1998 

1999 

2000 

2001 

2002 

2003

2004

2.410.000 

2.825.000 

2.035.000 

1.503.000 

3.283.000 

2.435.000 

3.002.000 

2.694.000 

4.036.000 

5.930.000 

7.250.000

5.820.000

5.500.000

980.000 

895.000 

1.573.000 

847.000 

1.687.000 

992.000 

2.068.000 

1.792.000 

2.215.000 

1.960.000 

2.630.000

1.440.000 

2.120.000

3.390.000 

3.720.000 

3.608.000 

2.350.000 

4.970.000 

3.427.000 

5.070.000 

4.486.000 

6.251.000 

7.890.000 

9.880.000

7.260.000


          7.620.000	
FONTE: CETCAF

 


 

CONJUNTURA SÓCIO/ECONÔMICA  DA CAFEICULTURA CAPIXABA


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