Algumas cidades do sul de Minas Gerais foram atingidas por chuva de granizo nos últimos dias Estimativa inicial aponta queda de 7% na produção do Sul do Estado.
Ainda não há informações concretas sobre a dimensão dos danos, mas colaboradores do Cepea já comentam que muitos cafezais foram prejudicados.
Agricultores informam que a chuva foi acompanhada por fortes ventos, danificando ainda mais as lavouras. Além de derrubar os grãos que seriam colhidos nos próximos meses, a chuva de granizo pode interferir, também, no vigor da planta para a safra 2012/13. Esse cenário deixou produtores preocupados.
Quanto ao mercado de arábica, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 521,46/saca de 60 kg nessa quarta-feira, 13, aumento de 1,7% entre 6 e 13 de abril.
Ontem, especificamente, a liquidez aumentou no mercado brasileiro diante da alta externa.
Chuva de granizo afeta safra mineira de café
Estimativa inicial aponta queda de 7% na produção do Sul do Estado.
Os cafeicultores do Sul de Minas Gerais estão receosos com os resultados da atual safra. A preocupação se deve à chuva de granizo que atingiu a região no início desta semana, causando grandes prejuízos em alguns municípios e prejudicando a qualidade e a oferta de GRÃOS especiais. O fenômeno meteorológico, além de comprometer a safra, poderá interferir de forma negativa no período produtivo seguinte, já que a estrutura dos cafeeiros também foi prejudicada. A estimativa inicial aponta queda de pelo menos 7% na produção.
De acordo com o extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Rogério da Silva Araújo, a chuva atingiu uma área extensa e prejudicou, principalmente, os cafezais em Nova Resende. No município cerca de 15% da área em produção foram danificadas.
“Devido às sinalizações para o mercado cafeeiro em 2011, os produtores da região investiram na aplicação de tratos culturais, esperando o retorno com a comercialização do café. Com a chuva de granizo, muitos cafeicultores poderão ter prejuízo, já que as pedras derrubaram grande parte dos GRÃOS”, disse Araújo.
Segundo o extensionista, cerca de 2 mil hectares da cultura foram prejudicados pela chuva, o que resultará em uma perda inicial de 20 mil sacas de café. Outro prejuízo será na classificação dos GRÃOS especiais que também deverá ser menor. A fase atual da cultura é de amadurecimento dos GRÃOS e a colheita do café deve ser iniciada em maio.
Cautela – Em relação à safra 2012/13, as estimativas são cautelosas. Mesmo em período de safra cheia, a região deverá registrar recuo na produção. “Além do granizo, a forte ventania comprometeu as estruturas dos cafezais. Observamos o desfolhamento de grande parte dos cafeeiros e também a quebra dos galhos. Estas interferências enfraquecem as árvores que provavelmente irão apresentar índices de produtividade inferiores. Os resultados poderão ser comprometidos também, caso os produtores que investiram na safra atual registrem prejuízos na comercialização, o que impedirá novos investimentos”, disse Araújo.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), além de Nova Resende, outros municípios do Sul de Minas Gerais também foram atingidos por chuvas de granizo nos últimos dias. Ainda não há informações concretas sobre a dimensão dos danos, mas pelos levantamentos iniciais muitos cafezais foram prejudicados.
O levantamento do Cepea apontou que a chuva foi acompanhada por fortes ventos, danificando ainda mais as lavouras. Além de derrubar os GRÃOS que seriam colhidos nos próximos meses, a chuva de granizo pode interferir, também, no vigor da planta para a safra 2012/13.
Alta de preços – O cenário deixou produtores do Sul de Minas desolados uma vez que o mercado está favorável após anos de preços abaixo dos custos de produção. Desde meados de 2010, o produto vem apresentando altas consecutivas no mercado consumidor. No entanto, os preços pagos aos cafeicultores não acompanharam o ritmo devido à venda da produção ter sido efetivada antes do aumento significativo dos preços.
A tendência foi registrada pelo Cepea. O café arábica tipo 6, bebida dura para melhor fechou na última quarta-feira cotado a R$ 521,46 por saca de 60 quilos, com aumento de 1,7% entre os últimos dias 6 e 13. A liquidez do produto também aumentou no mercado brasileiro diante da alta externa.
Desde meados de 2010, a cotação do café acumula crescimento próximo a 85%. Em abril do ano passado, a saca de 60 quilos era comercializada em torno de R$ 280. De acordo com o extensionista da Emater-MG, a tendência é que o grão continue com preços remuneradores, mesmo com o início da colheita. Além da demanda mundial crescente e dos estoques reduzidos, o preço do café em Minas Gerais deverá ser sustentado pela redução natural da safra 2010/11.
Os dados da COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB) apontam que a produção de café em Minas está estimada em 21,964 milhões de sacas nesta safra. A região Sul responde por 42,85% da safra mineira. A produtividade média do Estado deverá alcançar 22,01 sacas do grão por hectare. Em comparação com a safra anterior, a estimativa sinaliza uma redução da produção em 12,69%.