Abimaq quer redução nos juros do programa Moderfrota do BNDES

UOL Economia

SÃO PAULO – A indústria de máquinas e equipamentos agrícolas já começou a buscar alternativas ao término – marcado para o fim deste ano – das linhas de crédito com juros mais baixos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
A Abimaq, entidade que representa os fabricantes de bens de capital mecânicos, quer agora uma redução dos juros praticados no Moderfrota, o programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dedicado ao financiamento de tratores e colheitadeiras, além de equipamentos usados na agricultura do café.

A proposta já foi apresentada ao BNDES e está sendo analisada pela área técnica do banco de fomento, informou hoje José Carlos Pedreira, diretor adjunto da câmara setorial da Abimaq responsável pelas áreas de máquinas e implementos agrícolas.

A entidade quer que os juros do Moderfrota recuem para a faixa de 3,5% a 6% ao ano, a depender do porte do agricult or beneficiado. Hoje, a linha pratica juros anuais é de 7,5% e 9,5%.

Conforme Pedreira, o Moderfrota perdeu atratividade com o lançamento de juros mais atraentes das linhas do PSI, que, segundo ele, são responsáveis por mais de 80% das vendas de máquinas e equipamentos agrícolas no país.

Diante da continuidade do PSI – lançado para neutralizar os efeitos da crise financeira global no Brasil -, a Abimaq projeta um crescimento de 20% no faturamento da indústria de máquinas e implementos agrícolas neste ano, para algo próximo a R$ 9 bilhões.

Por outro lado, Pedreira citou o dólar fraco, a taxação do investimento e o chamado “custo Brasil” entre os fatores de tensão na indústria de bens de capital, cujos representantes têm se queixado da perda de competitividade no plano internacional.

“Não temos nada contra concorrer com o mercado internacional. Mas não num clima de falta de isonomia”, afirmou Pedreira durante apresentação à imprensa da Agrishow, feira internacional de tecnologia agrícola que será realizada em Ribeirão Preto (SP) entre os dias 2 e 6 de maio.

(Eduardo Laguna | Valor)